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RIO DE JANEIRO

ONG denuncia mortandade de tartarugas-marinhas no Canal da Joatinga, na Barra da Tijuca

27 de outubro de 2023
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação

O Instituto Núcleo Maré (INMAR), ONG que atua com educação ambiental de crianças, denuncia a mortandade de tartarugas-marinhas no Canal da Joatinga, na Barra da Tijuca. Pelo menos cinco foram encontradas na região este mês, com mutilações pelo corpo e casco quebrado. A morte mais recente foi registrada pela organização na quinta-feira (26), por volta das 20h, próximo à Praia dos Amores. Idealizador e presidente da entidade, Márcio dos Santos atribui os óbitos ao choque das hélices de embarcações em alta velocidade com os animais.

“A que encontrei ontem (quinta-feira, dia 26) mede um metro de comprimento e estava com corte no pescoço e o casco quebrado. Muito provavelmente o ferimento foi causado pelas hélices de barcos que passam em alta velocidade no canal, colocando em risco a vida marinha. Tem sido frequente encontrar animais nessa situação no complexo que vai do Canal da Joatinga até a Ilha da Gigoia. Nos fins de semana, fica um caos aqui, com um tráfego gigantesco e sem que haja fiscalização suficiente. Nessa disputa por espaço, quem perde são os animais”, lamenta Márcio.

Outro espécime, de cerca de um metro, foi encontrado na semana passada, próximo à Ilha da Gigoia, com metade do corpo decepada e as vísceras expostas.

“A hélice em giro é altamente cortante; onde passa, faz estrago, e não tem casco que resista. Esta tartaruga era gigante, mas foi atingida de forma brutal”, relata o ativista. “O alerta que fica é: ainda há vida resistindo nesse bioma, mas, por ação humana e omissão do poder público, pode não sobrar nada. Preocupa muito o fato de quererem ainda aumentar o transporte aquaviário na região, porque é necessário um estudo de impacto ambiental aprofundado, com a catalogação da série de espécies que ainda sobrevivem e precisam ser preservadas. Não é só dragar e colocar barco para navegar. Sem dúvidas, o transporte aquaviário vai melhorar a vida das pessoas em relação à logística. Mas o aumento de gente no bioma costeiro, certamente, vai causar mais desequilíbrio”.

A situação foi denunciada pelo INMAR à Patrulha Ambiental, órgão ligado à Secretaria municipal de Meio Ambiente e Clima (Smac). Questionada a respeito das medidas a serem tomadas, a pasta ainda não respondeu. A reportagem aguarda ainda o retorno da Marinha do Brasil sobre a fiscalização das embarcações no local.

O trabalho do Instituto Núcleo Maré (@inmar.nucleomare), que existe há três anos, inclui a conscientização ambiental de crianças das comunidades Cidade de Deus, Rio das Pedras, Tijuquinha, Muzema e Morro do Banco, através de atividades ligadas à educação, esporte e arte, como visita às áreas de manguezal da região, surfe, canoa havaiana e teatro.

Transporte aquaviário

No dia 11, a Prefeitura publicou o edital de licitação do projeto de implantação de transporte aquaviário nas lagoas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá. São 16 linhas propostas e a expectativa é transportar cerca de 90 mil passageiros por dia. O valor do investimento privado é de R$ 95,3 milhões, ao longo de 25 anos de concessão, com outorga mínima de R$ 3,2 milhões.

Fonte: O Globo 

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