Por Lobo Pasolini (da Redação)
A British Union for the Abolition of Vivisection (BUAV), uma ONG centenária que trabalha pelo fim do uso de cobaias animais, disse que algumas multinacionais de comida estão fazendo testes cruéis e além do que é requerido por lei. A denúncia é resultado de uma investigação com empresas como Yakult, Danone, Nestlé e Unilever.
Segundo a BUAV, muitas das torturas aos quais os animais são submetidos são para legitimar alegações de benefícios à saúde de comidas funcionais. Entre os animais torturados encontram-se coelhos, porcos e ratos.
Os experimentos envolvem induzir artificialmente sinais de uma doença nos animais através de engenharia genética ou injeção de produtos químicos e bactérias infecciosas.
Os animais sofrem os efeitos dolorosos das condições tais como dor de estômago e colite. Além disso, o método é questionado pelo fato de os animais serem representações falhas de condições humanas complexas e de longo prazo.
Por exemplo, para determinar se o consumo do iogurte probiótico da Yakult pode proteger o estômago humano de dano, os ratos ficaram sem comida por 20 horas e depois foram forçados a ingerir uma dose única da bactéria probiótica através de um tubo de metal de aço inoxidável inserido pelas suas gargantas até seus estômagos. Duas horas depois seus estômagos foram danificados quando eles foram obrigados a ingerir uma solução contendo ácido hidroclórico. Os animais sofreram durante uma hora antes de serem mortos para que seus estômagos pudessem ser dissecados e examinados.
Já a Unilever usou ratos e camundongos para testar produtos que contem Hoodia gordonii, um arbusto africano que já é usado como suplemento de gerenciamento de peso no tratamento da obesidade. Coelhas grávidas e camundongos foram submetidos a testes de toxicidade reprodutiva. As vítimas dos experimentos foram forçadas a comer extratos da planta durante sua gravidez durante 25 dias. Um dia antes de darem a luz, elas e seus fetos eram mortos e examinados.
Para explorar as propriedades antioxidantes e anti inflamatórias de uma fruta chamada goji berry, a Nestlé forçou camundongos a ingerir um preparo criado pela Nestlé chamado Lacto-Wolfberry. Depois de cinco dias, injetou-se diretamente no reto dos camundongos um irritante químico para causar doença no cólon. A dor abdominal fez que com eles parassem de comer e então eles foram forçados a comer Lacto-Wolfberry durante cinco dias. Os animais então foram mortos e dissecados.
Para provar que uma nova bebida com vários nutrientes chamada Fortasyn Connect diminui risco de Alzheimer, a Danone forçou camundongos geneticamente modificados a ter sintomas da doença a tomar a bebida por três meses. Alguns dos camundongos morreram por razões desconhecidas durante o experimento. No final do estudo, os animais foram mortos e seus cérebros dissecados e analisados.
“Esse tipo de pesquisa não é apenas cruel, mas também desnecessária já que os benefícios de saúde da comida e pro bióticos já são conhecidos com dados humanos,” a BUAV disse em um press-release.
A denúncia confirma mais uma vez que testes com cobaias são usados puramente para reforçar estratégias de marketing, sem qualquer consideração pelo sofrimento e vida de outros seres sencientes.
Nota da redação: Não compre produtos destas empresas. Além de serem industrializados, completamente supérfluos e conterem ingredientes animais em sua composição, eles são carregados de crueldade.