EnglishEspañolPortuguês

ONG de Resende (RJ) faz campanha pelos direitos dos animais

25 de abril de 2011
3 min. de leitura
A-
A+
Com o título “Eles não votam, mas nós sim! Políticas públicas para eles também!”, a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) SOS 4 Patas iniciou em Resende um campanha para sensibilizar a classe política para implantar no município políticas públicas em defesa dos animais.

De acordo com a diretora clínica da SOS 4 Patas, Alba Oliveira Bento, um dos objetivos da campanha é também conscientizar a população sobre a importância de se ter uma delegacia especializada em registros de abusos contra animais como já existe no Rio de Janeiro, no interior paulista e no Sul do país.

“Para Ongs ou protetores independentes é praticamente impossível promover mudanças a curto prazo sem que haja políticas públicas voltadas para os animais, mas é importante também que as pessoas percebam que não são só eles [os animais] serão beneficiados com essas políticas, na verdade toda a sociedade vai sentir a diferença. Com a melhoria na qualidade de vida dos animais há um avanço na qualidade da saúde humana e no meio ambiente. Com a vacinação antirrábica patrocinada pelo governo federal, por exemplo, o Brasil praticamente acabou com a incidência da doença, mas atualmente estamos enfrentando focos de leishmaniose canina, que é transmitida pelo mosquito-palha e usa o cão como hospedeiro intermediário. Esses focos têm ocorrido na Região Nordeste e afetado principalmente crianças e populações carentes.Outros países que também enfrentam a doença têm promovido o tratamento e a prevenção, mas o Brasil por muito tempo preferiu exterminar os cães, o que não resolve o problema. Agora o governo federal está comprando coleiras repelentes para insetos que serão distribuídas nas regiões onde há focos da doença. Essas políticas públicas mais eficazes é que têm de ser cobradas pela população”, explica Alba, salientando que o dinheiro público tem de ser usado de forma racional e eficaz para resolver questões que envolvem saúde pública e saúde animal, que na maioria das vezes se entrelaçam.

Lei de proteção animal

Em Resende existe a lei 2614/2007, que institui o Código Municipal de Proteção aos Animais. Segundo ela, é proibido realizar eutanásia como forma de controle populacional de animais de rua na cidade (cães, gatos equinos, asininos e muares utilizados em tração animal). Todos deveriam ser obrigatoriamente registrados no órgão responsável pelo controle de zoonoses competente ou em estabelecimentos credenciados e associações protetoras de animais regularizadas junto ao Registro Civil de Pessoa Jurídica, mas na prática isso não tem acontecido. Outro direito garantido por lei é o de transportar animais de pequeno porte em ônibus.

“Muitas pessoas desconhecem a lei municipal. Quase todos os dias recebemos na sede da Ong animais que sofreram algum tipo de abuso, violência, maus-tratos, mas a comunidade tem receio de registrar esse tipo de ocorrência na polícia por medo de represália, então fica difícil até para montarmos um quadro estatístico sobre a ocorrência de maus-tratos contra animais em Resende. Não dispomos também de um número 0800 para denúncias anônimas. Em Recife, por exemplo, uma psicóloga realizou uma pesquisa e conseguiu provar que em quase todos os casos de violência contra a mulher havia também violência contra o animal doméstico da família. A pesquisa foi feita junto à Delegacia da Mulher. Muitas esposas que sofriam violência de seus companheiros disseram que o marido também maltratava o cachorro e o gato, entre outros. Esperamos que, com essa campanha, os políticos de Resende se conscientizem da importância de políticas para animais”, revela Alba.

Fonte: Diário do Vale

Você viu?

Ir para o topo