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ONG da Bahia realiza mutirão de castração de animais neste fim de semana

7 de janeiro de 2011
3 min. de leitura
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A Associação de Proteção Animal Célula Mãe, entidade sem fins lucrativos que atua na promoção do bem-estar e respeito aos animais, em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, está dando continuidade aos mutirões de esterilização nos bairros, focando áreas de maior incidência de cães e gatos em situação de abandono.

Nesta sexta-feira (7) e no sábado (8), a entidade desenvolverá um trabalho no bairro do Rio Vermelho, coletando principalmente cadelas que habitam as imediações da Ceasa, Mercado do Peixe e orla, que serão submetidas à cirurgia denominada OHS (ovário histerectomia, ou seja, retirada do útero e ovários). O objetivo da ação, segundo Janaina Rios, da comissão administrativa da Célula Mãe, é castrar o maior número possível de animais, para evitar sua reprodução e proliferação.

No Rio Vermelho, o trabalho prevê a esterilização de 30 animais, significando uma redução imediata de 240 filhotes. Conforme Janaína Rios, durante o pós-operatório, o animal fica por um período de oito dias no canil da entidade, e em seguida é devolvido para seu ambiente de origem. “Essa é mais uma etapa do Programa de Guarda Responsável e Controle Humanitário da Reprodução de Cães e Gatos, que esse ano já viabilizou a esterilização de mais de 2.000 animais, em áreas da Ribeira, Vila Canária, Cajazeiras, Centro Histórico, Comércio, Fazenda Grande do Retiro e Itinga, dentre outros”, conta Janaina.

Controle de doenças

Para a superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab, Lorene Pinto, a atuação da Célula Mãe é muito importante para o controle de doenças entre os próprios animais e entre animais e humanos. Ela cita a raiva e a leishmaniose como agravos transmitidos ao homem pela população canina, bem como a cinomonose, doença muito frequente entre os cães, e que pode ser transmitida para outros animais.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza a esterilização cirúrgica e a educação para a guarda responsável, como a forma eficaz e humanitária de combate às zoonoses, ao invés do extermínio indiscriminado. Convênio firmado com a Sesab em 2008, que foi renovado no final do ano passado, está possibilitando que a Célula Mãe, além do trabalho de rotina realize os mutirões de esterilização, alcançando em torno de 2.000 animais, somente no ano passado, e 7.000 nos últimos anos.

“O apoio da Sesab foi muito importante para a entidade, e demonstra a preocupação do secretário Jorge Solla com o bem-estar da população animal e humana, já que o animal faz parte, de forma irreversível, do convívio com o ser humano”, ressalta Janaina.

A Célula Mãe atua de modo informal desde 2004, e foi formalizada em 2006, com a finalidade de promover o controle populacional de animais carentes e a educação das comunidades para a posse responsável, como estratégia de atingir a raiz do abandono e maus tratos a animais. A associação busca interligar profissionais, em particular médicos veterinários, saúde pública, proteção animal, voluntários e a sociedade em geral, e atua principalmente em áreas mais carentes da cidade, inclusive nas invasões.

Para realizar o trabalho de esterilização e guarda responsável dos animais, a entidade conta com a colaboração de clínicas veterinárias e, principalmente, dos chamados “protetores”, que são moradores de comunidades carentes que gostam de animais e sinalizam para a necessidade de intervenção da entidade.

Janaina Rios explica que os animais identificados como de rua ou semidomiciliados – que passam o dia na rua, mas possuem algum referencial – são encaminhados às clínicas veterinárias parceiras, para que sejam submetidos à esterilização cirúrgica e acompanhamento pós-cirúrgico.

Estudos mostram que nos grandes centros urbanos do Brasil existe um cão para cada cinco habitantes e aproximadamente 10% destes animais vivem em estado de abandono, expostos ao frio, fome, doenças, acidentes e outras crueldades. “A atuação da Célula Mãe e de outras entidades de proteção animal pode reverter este quadro”, garante Janaina Rios, acrescentando que a esterilização ou castração é o único método eficaz e humanitário para controlar e diminuir a superpopulação e o descarte de animais, e que a captura e o extermínio indiscriminado de cães e gatos de rua é cruel e ilegal.

Fonte: Bahia em Foco

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