A ONG Amor de Bicho Não Tem Preço (ABNTP), que hoje abriga cerca de 160 cães em uma chácara às margens da Rodovia Campinas-Mogi (SP-340), cogita colocar os animais na rua para evitar que eles se matem devido à falta de ração, que acaba sábado (5). “Estamos desesperadas. Se no final de semana não tiver comida vamos ter que soltar todos na rua para evitar carnificina. Imagine a nossa dor ver isso acontecer”, afirma a fundadora, Cláudia Carli, a Cacau. “São muitos cachorros soltos e não daremos conta de separar as brigas. Não dormimos esta noite de tanta preocupação”.
A situação da ONG é crítica. Como tem CNPJ, consegue comprar ração fiado e a menor custo. Mas, como não conseguiu pagar o boleto que venceu há uma semana (no dia 25 de fevereiro), no valor de R$ 3.917,00, está sem crédito para poder fazer uma nova compra. Além disso, a dívida tem juros diários. E, mesmo que a entidade conseguisse pagar o débito nesta quarta-feira (2), ainda assim levariam 4 dias para fazer a entrega.
Quem puder e quiser ajudar com doações de ração deve entrar em contato pelo [email protected] O e-mail chega com notificação imediata ao voluntário Paulo Oliveri.
Quem quiser, pode contatar também a fundadora Cláudia pelo WhatsApp (19) 994005379, mas, como às vezes não há sinal na chácara, nem sempre é possível contatar a protetora rapidamente.
A reportagem não divulgará o endereço da ONG para que mais animais não sejam abandonados na porta da entidade.
“Precisamos da instalação de câmeras para monitoramento porque os abandonos se tornaram rotineiros em frente ao santuário”, conta Olivieri.
A ONG
A ABNTP resgata animais em situação de maus-tratos, como zoofilia, que tenham sido acidentados, abandonados e/ou que estejam doentes. Além de cães, conseguiu na Justiça vitórias em casos de proibições nos rodeios de Hortolândia, Paulínia e da vaquejada em Jaguariúna.
Há três anos consecutivos é a vencedora do prêmio nacional ONG de Destaque da Max Total Alimentos. Ganhou em 2015, 2014 e 2013.
Não conta com nenhum tipo de ajuda da Prefeitura, do governo do Estado de São Paulo ou do governo federal. Vive exclusivamente de doações, e sua maior dificuldade é financeira. Precisa de cerca de 1.500 Kg de ração por mês, além de remédios, material de limpeza e ajuda para consultas, internações e, eventualmente, cirurgias.
E mesmo com todas essas dificuldades, promoveu um seminário no sábado (27) na Câmara de Vereadores de Campinas com palestras que ensinaram, por exemplo, como agir em casos de maus-tratos: quais os direitos e deveres dos protetores, seus limites da atuação e como devem proceder para conseguir auxílio policial.
Essa explanação específica foi dada pela especialista em Direito Animal, Rosana Mortari, ex-delegada do Serviço Especializado em Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente (Sepama) da Policia Civil na Região de Campinas. O seminário reuniu cerca de 200 pessoas.
Fonte: Correio Rac