O sudoeste do Pacífico enfrentou em 2024 ondas de calor marinhas sem precedentes que afetaram mais de 10% da superfície oceânica global, de acordo com relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado nesta 5a feira (05/06). O fenômeno causou danos severos aos recifes de coral e colocou em risco iminente a última geleira tropical remanescente na região, localizada na Indonésia. As temperaturas médias na área – que inclui Austrália, Nova Zelândia, Filipinas e Indonésia – atingiram 0,5°C acima da média do período 1991 e 2020.
Os dados revelam que aproximadamente 40 milhões de quilômetros quadrados de oceano – o equivalente a mais de cinco Austrálias, como comparou o Guardian – sofreram com calor extremo, com recordes de temperatura sendo batidos nas Filipinas e na Austrália. A região também foi atingida por um número sem precedentes de ciclones entre outubro e novembro, eventos que especialistas atribuem diretamente às mudanças climáticas.
O relatório destaca o aumento acelerado do nível do mar como uma ameaça crítica para a população local, já que mais da metade dos habitantes da região vive a menos de 500 metros da costa. A geleira tropical na Indonésia, a última remanescente na área, encolheu até 50% apenas no último ano. Segundo os especialistas, se esse ritmo de derretimento continuar, a geleira pode desaparecer completamente até 2026, marcando o fim de uma era geológica.
A OMM alerta que esses fenômenos extremos representam uma aceleração preocupante dos impactos climáticos na região mais vulnerável do Pacífico. “Infelizmente, se essa perda continuar, esta geleira poderá desaparecer até 2026 ou pouco depois”, afirmou Thea Turkington, uma das autoras do relatório, destacando a urgência de ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas na área.
Fonte: ClimaInfo