Duas onças-pintadas e outros 18 animais foram mortos envenenados por agrotóxico ilegal no Brasil, segundo laudo solicitado pela Polícia Federal (PF) e divulgado nessa terça-feira (24). Os animais foram encontrados mortos em uma fazenda no Pantanal em junho de 2021.
Na época, a principal suspeita da morte dos animais silvestres já era tratada como um possível envenenamento. A fazenda onde os animais foram encontrados ficam na região do Abobral, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Após denúncia dos médicos veterinários, equipes da Polícia Federal foram ao local e colheram partes do fígado da onça-pintada encontrada morta. O material foi encaminhado para exame pericial e que apontou a presença de “carbofurano”.
Segundo a PF, o carbafurano é um agrotóxico de venda proibida no Brasil desde 2017 e é extremamente tóxico. Ainda há a suspeita de que o químico tenha sido exportado do Paraguai.
“O uso do carbofurano para envenenamento intencional de animais domésticos e selvagens tem sido frequentemente descrito em publicações científicas, como um dos praguicidas mais comuns para esse fim”, detalha o laudo.
Com a conclusão das investigações, três pessoas foram identificadas e indiciadas pela morte das onças e dos outros animais. A PF não divulgou o nome dos autores do crime ambiental.
Relembre o caso
Duas onças-pintadas e outros 18 animais foram encontrados mortos em uma fazenda na região do Passo do Lontra, na cidade de Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Um vídeo feito pela Instituto Reprocon, mostra a “verdadeira carnificina”.
Conforme foi mencionado pelo Instituto Reprocon em uma postagem, os animais encontrados mortos foram: duas onças-pintadas; um cachorro-do-mato; 14 urubus; uma vaca; dois carcarás.
Na época, segundo o Instituto Reprocon, os animais, encontrados mortos, não apresentavam nenhum ferimento, o que mostra, para os especialista, o uso de veneno agrícola ilegal na região, ocasionando a morte dos bichos.
Uma das onças encontradas morta estava com uma coleira de GPS, usada no monitoramento dos felinos no Pantanal. Os especialistas frisaram que somente com o colar, foi possível encontrar as carcaças dos animais.
Fonte: G1