EnglishEspañolPortuguês

ADAPTAÇÃO

Onça resgatada em estrada é levada para instituto e recebe o nome de Poranga em Abreulândia (TO)

20 de outubro de 2022
3 min. de leitura
A-
A+
Ouça esta matéria:
Foto: Reprodução/Instagram

Uma oncinha que foi resgatada sozinha em uma estrada, no interior do Tocantins, ganhou um novo lar e um futuro namorado. Ela é a mais nova moradora do Instituto Vale Rico, em Abreulânhdia, que cuida, ajuda na reabilitação e reinserção de animais na fauna do estado. O pretendente é o Cantão.

A pintadinha recebeu o nome de Poranga, de três meses, que significa bonita em tupi-guarani. O animal foi resgatado na beira de uma estrada meses atrás e levado para o Centro de Fauna do Tocantins. Depois, encaminhado para o instituto, criadouro conservacionista localizado na região do Cantão, uma das mais importantes áreas ambientais do Brasil. O local tem licença para receber os animais.

O responsável pelos animais silvestres que vivem no instituto é o médio-veterinário Léo Lorentz. Ele disse que Cantão – nascido em cativeiro – e Poranga chegaram com poucos dias de diferença. Mas a fase de adaptação não foi fácil

“Ela teve uma crise de adaptação do leite e muita diarreia, foi bem difícil controlar. Foi praticamente 24h de cuidado. Eu acordava de três em três horas para intercalar leite e soro. Até que a gente conseguiu estabilizar. Nessa crise, baixou muito a imunidade e ela teve uma dermatite fúngica e ficou praticamente sem pelo nenhum na região da face. Perdeu os bigodinhos e as sobrancelhas”, relatou nas redes sociais.

Por causa disso, Léo demorou para mostrar a oncinha aos 46 mil seguidores no Instagram, onde faz sucesso ao mostrar a rotina dos animais. Mas, agora, é outra fase. A nova moradora está bem, brincando e ‘arrumando encrenca’ pela casa, como o profissional costuma dizer no Instagram.

Poranga e Cantão serão um casal. A ideia é promover a reprodução de onças-pintadas em cativeiro e ajudar e espécie a sair da lista de animais ameaçados de extinção.

“Ela conheceu o Cantão no dia em que ela chegou aqui. O Cantão se apaixonou por ela, foi amor à primeira vista. A ideia já era deixar os dois juntos, mas ela era muito pequenininha e o Cantão tem as brincadeiras já pesadas. Então, ele pulava, tentava pegar ela”, relatou em vídeo divulgado na internet.

Cantão e Poranga viraram celebridades. A rotina deles é acompanhada por pessoas espalhadas por todo o Brasil, que seguem o perfil do Léo no Instagram.

O Cantão e a Poranga devem começar a se reproduzir daqui a três anos. Recentemente, eles foram transferidos para uma nova área dentro do instituto, mais ampla e com obstáculos que reproduzem o habitat deles. A ideia é que eles desenvolvam os institutos naturais da espécie.

“É fazer brincar, fazer aprender, é colocar enriquecimento ambiental. É a gente colocar brinquedos aqui dentro, que eles possam destruir, que eles possam mexer, que possam mexer com todos os sentidos”.

A onça-pintada é o maior felino das Américas e está no topo da cadeia alimentar. A reprodução desses animais em cativeiros como esse, é importante para a conservação da espécie.

“A onça é um animal que está ameaçado de extinção, está perdendo território cada vez mais ali, seja por desmates legais ou ilegais e queimadas também está afetando bastante. Caça afeta bastante, então tem que aumentar a população em cativeiro para futuramente a gente tentar algum processo de de soltura, de retorno à natureza”.

Um estudo da ONG WWF mostrou que o planeta perdeu quase 70% da população de animais selvagens nos últimos 50 anos. América Latina é a região que registrou a maior redução.

No Brasil, a onça-pintada é um dos animais que estão sob ameaça mais grave, principalmente nos biomas do cerrado e do Pantanal.

“A gente já chegou num ponto em que cada indivíduo de onça importa né. Então a gente tem que cuidar e tentar reintroduzir esses animais”, disse a gerente de ciências do WWF-Brasil, Mariana Napolitano.

A ambientalista acredita que inciativas voluntárias como a do Léo têm um papel fundamental. “São projetos super relevantes importantes, que sobrevivem muitas vezes com falta de recurso de apoio científico então são projetos muito relevantes”, disse Mariana.

Fonte: G1

    Você viu?

    Ir para o topo