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SÍMBOLO DE RESILIÊNCIA

Onça-pintada Miranda se adapta ao Pantanal após resgate e reabilitação

27 de novembro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Saul Schramm/Arquivo

A onça-pintada Miranda, resgatada em agosto de 2024 no Pantanal sul-mato-grossense após sofrer graves queimaduras nas patas, está plenamente adaptada ao seu habitat. Liberada em setembro, Miranda é monitorada por meio de um colar VHF equipado com GPS, que acompanha seus movimentos e confirma seu excelente estado de saúde física e comportamental.

O equipamento, implantado pela organização Onçafari em parceria com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), demonstra que a jovem fêmea, com cerca de dois anos, explora o território de forma ativa, alternando períodos de deslocamento e repouso, momentos que especialistas associam a hábitos alimentares.

O colar de rastreamento permite acompanhar Miranda sem interferir em sua rotina, garantindo dados valiosos sobre seus hábitos e segurança. As informações coletadas são mantidas em sigilo para prevenir eventuais ameaças, como a caça. Imagens de satélite complementam os dados, indicando que Miranda se comporta como uma predadora saudável e plenamente integrada ao ambiente natural.

Segundo o diretor-presidente do Imasul, André Borges, a recuperação da onça simboliza o sucesso de parcerias interinstitucionais. “Miranda é a prova de que, com conhecimento técnico e cooperação, podemos transformar situações de vulnerabilidade em histórias de sucesso. Sua adaptação reforça nosso compromisso com a biodiversidade do Pantanal”, destacou.

Coordenadora do Onçafari, Liliam Rampim, ressaltou a importância da ação conjunta. “O sucesso da recuperação de Miranda evidencia o impacto positivo de unir esforços. O monitoramento mostra que ela está bem adaptada, se movendo normalmente e se alimentando de suas próprias caças, um indicativo de total readaptação à vida selvagem”, explicou.

Miranda foi encontrada em agosto, abrigada em uma manilha, com dificuldades de locomoção devido às queimaduras provocadas por incêndios no Pantanal. O resgate envolveu uma força-tarefa com o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), Polícia Militar Ambiental, Ibama e Gretap. Durante 26 horas, a equipe prestou cuidados emergenciais até que a onça fosse transportada para tratamento em Campo Grande.

No CRAS, Miranda recebeu tratamento intensivo por 43 dias, com curativos diários e sessões de ozonioterapia para cicatrização, além de uma dieta reforçada com até 5 kg de carne por dia para auxiliar na recuperação do peso e da saúde.

Após sua reabilitação, exames finais realizados no Hospital Veterinário Ayty confirmaram sua plena recuperação. Em setembro, Miranda foi devolvida à natureza em uma área cuidadosamente escolhida, com condições ideais para sua readaptação.

Fonte: A Crítica

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