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MATO GROSSO DO SUL

Onça-pintada é a mais recente vítima da ‘rodovia da morte da fauna’

25 de janeiro de 2025
3 min. de leitura
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Foto: PMA/MS

Mais uma onça-pintada entrou para as estatísticas de morte por atropelamento na BR 262. Encontrado no último domingo (19) pela Polícia Militar Ambiental de MS, o corpo do animal estava no trecho que conecta os municípios de Miranda e Corumbá. Com o ocorrido, subiu para 20 o número de onças-pintadas mortas por colisões com veículos na rodovia desde 2016, segundo levantamento do Instituto Homem Pantaneiro.

Conhecida como “Rodovia da Morte da Fauna”, a BR 262 é a nona maior rodovia do Brasil, com 2.213 km de extensão, que interliga Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A estrada federal é gerida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), principalmente no trecho que corta o Pantanal, e acumula elevados índices de atropelamento de animais.

De acordo com um estudo publicado por pesquisadores do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), entre 2017 e 2020, foram registradas 12,4 mil mortes de animais. Entre eles, 363 eram de espécies ameaçadas de extinção, como a onça-pintada, a onça-parda, o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e a anta. Cerca de metade desses animais era de porte grande e cerca de 90% das colisões ocorreram durante a noite, quando há maior atividade da fauna e menor visibilidade da pista.

E por mais trágico que o número pareça, a realidade é mais cruel que a contabilizada – a estimativa é que menos da metade dos animais mortos entram nas estatísticas. A maioria deles, ferida pelas colisões, tenta fugir do local e morre minutos depois, já longe da rodovia, dificultando o encontro dos corpos. Para além disso, a frequência dos acidentes também assusta: a cada três dias, dois tamanduás-bandeira morrem somente no trecho da BR-262 que liga Aquidauana a Corumbá, o que tem reduzido pela metade o crescimento de sua população.

O projeto Bandeiras e Rodovias, também desenvolvido pelo ICAS, apresentou que de maio de 2023 a abril de 2024 foram encontrados 2,3 mil animais vítimas de colisões no trecho de Campo Grande até a ponte do Rio Paraguai, cerca de 350 km de estrada, abrangendo os biomas Cerrado e Pantanal. Entre as espécies mais atingidas estão: tatus, anfíbios, jacarés e cachorros-do-mato.

Instituições protestam

Em de maio de 2023, o Instituto SOS Pantanal coordenou a realização de um protesto realizado em frente à sede do DNIT, junto com outras quatro entidades: Chalana Esperança, Espaço Silvestre, Instituto LiBio e Fridays for Future. O protesto reuniu elementos como a exposição de carcaças de animais vitimados por atropelamentos ocorridos no trecho que liga Campo Grande a Corumbá.

Segundo o Instituto, o “tratamento de choque” para escancarar a urgência de implantação de medidas preventivas surtiu efeito. Em 2024 foi aprovado o Plano de Mitigação, elencando uma série de ações que visam diminuir o risco de colisões. A iniciativa prevê a realização de obras como: cercamento de trechos da estrada; construção de passagens inferiores e superiores de fauna; e a instalação de novos radares e redutores do excesso de velocidade, um dos principais fatores para o elevado registro de atropelamentos. O IHP reclama, porém, que embora tenha se avançado no plano, as consequências foram “tímidas até o momento”.

Fonte: O Eco

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