Foi por pouco que a onça pintada Janaína não morreu afogada nas enchentes do Rio Solimões, no Amazonas. Ela vivia em uma pequena jaula de madeira que ficava no meio de uma área alagada, e só foi resgatada quando a água já estava molhando seus pés.
A onça era criada por um ribeirinho dentro da reserva de Mamirauá. Com cinco anos e pesando apenas 35 quilos – para um animal de sua idade, o ideal seria ter entre 50 e 60 quilos –, ela era alimentada com peixes. “O recomendado é que uma onça coma cerca de dois quilos de carne vermelha por dia”, explica Paulo Correa, gestor da reserva de Mamirauá.
A história contada pelos moradores da comunidade de Bate Papo, onde Janaína vivia, era de que ela havia sido abandonada pela mãe. Quando tinha cerca de seis meses de idade, foi enjaulada em um caixote de madeira e ficou lá até o último domingo (31), quando foi resgatada.
Animal arredio
Segundo o Instituto Mamirauá, que cuida da reserva, a única pessoa que conseguia se aproximar da onça era seu dono, que faleceu em agosto de 2008. Como o animal era arredio, o pai do proprietário resolveu entregá-lo ao Ibama.
Depois do resgate, Janaína foi encaminhada a uma brigada do Exército em Tefé, onde está sendo tratada. Quando estiver bem, ela fará uma longa viagem até o zoológico municipal Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG), onde ganhará um lar definitivo.
O resgate foi realizado pelo Ibama, com apoio do Instituto Mamirauá e da Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas. Para o transporte do animal, os institutos vão contar com a ajuda da ONG NEX, especializada na conservação de felinos.
Fonte: Globo Amazônia