Os estilhaços, inclusive, são apontados como um dos fatores que causaram o atropelamento, conforme Eliziane Holanda, presidente do Instituto Pro-Silvestre, que cuida da onça-parda atualmente.
“A gente acha que o atropelamento do animal se deu por conta dessa intoxicação pelo chumbo, por ela já estar confusa”, disse Eliziane. Ela informou ainda que os resquícios mais superficiais do chumbo já foram retirados, mas é necessária uma cirurgia complexa para remover dos órgãos internos.
“Ela é comum na região só que, infelizmente por conta das caças, muitos animais vão sendo pouco vistos, e esse é um dos casos. A onça-parda está sim como um dos principais animais, da nossa fauna local, que é observado que pode entrar em extinção”, informou Romuelly.
Cirurgias
A prioridade dos veterinários era cuidar das patas fraturadas, quando a onça chegou ao hospital universitário de Sobral. “Foram colocadas duas placas cirúrgicas nos dois membros, que era o caso mais urgente. Foram feitos exames de sangue e todos os resultados foram passados para os veterinários do Instituto Pro-Silvestre”, explica Romuelly.
Eliziane disse que atualmente o animal está no recinto do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, e todo o apoio operacional (médicos, alimentação, atendimento, etc) é cedido pelo instituto. “Como é um animal de grande porte, então ele precisa de um local bem reforçado e adequado”, explica a presidente do instituto.
A onça passou, no último sábado (30), por uma reavaliação feita por uma equipe de sete veterinários, entre eles ortopedista, ultrassonografista, radiologista, etc. “Verificamos que esse animal está com vários projéteis de chumbo e, por conta disso, o prognóstico não foi favorável, porque esse material está causando intoxicação no animal e pode comprometer vários órgãos”, destaca Eliziane.
Ela disse, inclusive, que a cirurgia ortopédica nas patas do animal vai precisar ser refeita porque uma das placas colocada se deslocou.
“Ele vai ter de passar por uma cirurgia bastante delicada, para poder retirar os [projéteis] que estão dentro dos órgãos dele, retirar os que estão dentro da coluna. A cirurgia, sem data marcada, ainda está sendo planejada porque vai precisar de um aparato grande, e a gente está vendo com a equipe de veterinários e também com o Cetas para decidir o melhor protocolo”, complementa a presidente do Pro-Silvestre.