Uma onça foi encontrada completamente carbonizada em Roraima. Um vídeo que circula na internet mostra o animal em uma vala com dois filhotes. A Companhia Independente de Policiamento Ambiental (CIPA) informou que a fêmea pode ter sofrido aborto espontâneo.
Artur Alves, biólogo e pesquisador da Universidade Federal de Roraima (UFRR), confirmou a gravidez da onça. “Dá pra ver dois filhotes que possivelmente passaram por um aborto espontâneo nessa situação de sofrimento da mãe”, relata.
Aparentemente, o animal está amarrado a uma corda. O caso ocorreu em uma estrada vicinal no município de Cantá, ao Norte de Roraima.
Crime ambiental
O comandante da CIPA, capitão Diego Correia, contou ao G1 que a barbaridade é configurada como crime ambiental e que uma investigação está em fase de levantamento de dados por meio da inteligência integrada para localizar os infratores. “Queremos entender o que aconteceu e responsabilizar os autores”, disse o capitão.
O vídeo que mostra o corpo do animal carbonizado, teve repercussão no Instagram e muitas pessoas lamentaram a dramática morte da onça. “Tem gente muito ruim mesmo. Meu Deus!”, comentou uma pessoa. “Muita maldade”, descreveu outra.
A CIPA é formada por policiais militares que atuam na Polícia Ambiental de Roraima, realizando a proteção da fauna e flora e prevenindo crimes contra o meio ambiente.
O biólogo Artur Alves, fez uma análise das imagens e acredita que o animal seja uma onça-parda (Puma concolor), porém ele destaca que por conta do lastimável estado em que o corpo do animal se encontra, não é possível afirmar.
Artur descartou a possibilidade de ser uma onça-pintada em razão tamanho do animal, que aparenta ter um porte menor, e também por não ser capaz de ver as manchas no pelo, típicas da espécie.
A onça-parda, também conhecida como suçuarana, é o segundo maior felino do Brasil. Esse animal pode chegar a medir 1,5 a 2,75 metros de comprimento e pesa entre 22 a 70 quilos.
A espécie está presente em todos os biomas brasileiros e é considerada como vulnerável, por sofrer os impactos da expansão urbana, agrícola e dos incêndios florestais, que vem sendo cada vez mais comuns em seu habitat.