Com o friozinho que faz em Campo Grande, a onça do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), no MS, passou a tarde entocada. Só saiu mesmo para fazer um lanchinho. Por dia ela come quatro quilos de comida. O ideal para um animal saudável com doze meses. Desde que foi recapturada, em junho do ano passado, a onça já ganhou 20 quilos. Com sessenta quilos, e o instinto preservado, está pronta para voltar para casa.
Durante os quatro meses que ficou na mata a onça pintada provou ser capaz de viver sozinha na natureza. Agora só falta o resultado do exame de DNA para saber a origem do animal. Aí sim a onça, que desde o primeiro momento não queria ficar presa de jeito nenhum, vai ganhar sua liberdade.
“Ela tem condições de voltar a natureza sim, a gente fez todas as análises juntamente com outros pesquisadores, e foi avaliado então que ela pode voltar à natureza, nós só estamos esperando agora o resultado de um exame, com o mapeamento genético de todas as onças pintadas de todas as bacias hidrográficas e com este resultado nos vamos poder ter as origens dela”, disse o coordenador do Cras, Élson Borges.
Além da onça pintada, outras sete onças pardas vivem no centro de reabilitação de animais silvestres. Todas chegaram aqui ainda filhotes, sempre foram alimentadas por mãos humanas e, por isso não sobreviveriam mais em seu habitat natural. Os animais moram em jaulas pequenas, de até trinta metros quadrados. Esses, certamente passarão toda uma vida, em cativeiro.
“Hoje nos estamos com oito onças pardas mas já tivemos um numero bem maior, a maioria chegou aqui por conta de queimadas e estes animais receberam trato no animal e perderam o medo do homem, e agora poderiam se aproximar de residências, rodovias o que poderia ser perigoso para elas”, disse o coordenador do Cras.
Ao menos a onça pintada terá outro destino. Mas o coordenador do Centro de reabilitação de animais silvestres explica que, na natureza, ela ainda terá que enfrentar o mais letal dos predadores.
“O grande problema que ela vai enfrentar é o homem, porque já tem fazendeiros que se manifestaram contra os locais de soltura, e fazendo algumas ameaças falando que se os animais aparecem lá eles iam matar”, completou o coordenador do Cras.
Fonte: MS Record