Visitantes do Parque Zoobotânico Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA), flagraram uma onça-pintada exibindo comportamentos típicos de estresse em cativeiro, como andar de um lado para o outro de forma repetitiva. O fenômeno, conhecido como estereotipia, é comum em animais aprisionados e é um indicativo de sofrimento físico e emocional.
O Parque Zoobotânico Museu Paraense Emílio Goeldi é uma instituição pública que mantém diversos animais aprisionados em cativeiro, como lagartos, cutias, tatus, pacas, macacos e outros, em condições que claramente não refletem o ambiente natural desses animais. A prática revela uma contradição gritante em uma instituição que deveria ser exemplo de proteção e respeito à fauna.
Em vez de promover a proteção da biodiversidade amazônica, o museu perpetua a exposição de animais em espaços inadequados e estressantes, evidenciando a falta de compromisso real com a proteção da natureza.
A visitante que compartilhou o vídeo da onça, disse que ela estava em um recinto pequeno em comparação com as suas necessidades e claramente sofria com o calor e o nível de chuvas abaixo da normalidade. Mas nada é feito pelos funcionários para melhorar seu bem-estar.
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A cidade de Belém também se prepara para sediar, em 2025, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). A escolha da capital paraense para o evento é significativa, já que a região amazônica desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático global. A COP 30 será um momento crucial para discutir a preservação da floresta e a proteção da biodiversidade, temas urgentes para a luta contra a crise climática.
Entretanto, a situação dos animais aprisionados no Museu Emílio Goeldi destaca uma contradição preocupante. Enquanto a cidade se posiciona como palco de debates globais sobre sustentabilidade e respeito à natureza, a prática de manter animais em condições torturantes lança luz sobre a incoerência entre discurso e prática. A cena da onça exibindo sinais de sofrimento é um exemplo de como a região ainda precisa evoluir na relação com a sua própria biodiversidade.
Nota da Redação: zoológicos e outras instituições que mantêm animais silvestres aprisionados perpetuam uma prática cruel que coloca o entretenimento humano acima do bem-estar desses animais. Retirados de seus habitats naturais, eles são confinados em espaços limitados e inadequados, o que frequentemente resulta em estresse, tédio e comportamentos estereotipados, como andar em círculos e automutilação. Essas condições acabam com a saúde física e mental dos animais, negando-lhes a liberdade e a complexidade de seu ambiente natural.