Enquanto a maior parte das pessoas ainda acredita que uma dieta vegana carece de proteína e calorias adequadas para atletas de alto rendimento, as Olimpíadas de Paris-2024 terão a presença de 17 esportistas veganos que entram na competição brigando por medalhas. Na delegação brasileira, quatro nomes são adeptas de uma dieta à base de plantas.
Na seleção feminina de vôlei, Macris Carneiro, conhecida como fada vegana, e Ana Carolina são veganas declaradas. Motivada pela causa animal, Mácris mudou sua alimentação em 2017 e afirma que não teve nenhuma perda na sua performance. No seu menu diário, muitas frutas, verduras, legumes, aveia, chia, linhaça e queijos veganos. Já Ana Carolina aderiu à dieta um ano depois, em 2018, e diz que se ela soubesse dos benefícios para o seu corpo e o impacto ambiental no mundo, teria mudado antes a sua alimentação.
Na seleção brasileira de rugby, Marina Fioravanti é a atleta que levanta a bandeira do veganismo há quatro anos e meio.
“Minha motivação é porque não concordo com o sistema de produção de carnes e derivados de animais. Não queria fazer parte da exploração e crueldade que são praticadas. Também por questões ambientais, por ser um modelo de vida mais sustentável e melhor para o mundo”, destaca a atleta.
O levantamento de peso olímpico tem Amanda Schott, que tem como recorde 108 quilos levantados. A brasileira se tornou vegetariana na pandemia e em 2022 adotou totalmente uma dieta à base de plantas.
Dos Estados Unidos participam das Olimpíadas de Paris-2024 também quatro atletas veganos. Kendrick Farris, o levantador de peso que quebrou o recorde nas Olimpíadas de 2016, ao levantar 377 quilos. O americano se orgulha de seguir uma dieta vegana desde 2014. No basquete feminino, a representante é Diana Taurasi, que adotou essa alimentação há três anos. Já a jogadora de futebol Alex Morgan mudou a sua alimentação em 2018 e disse que não parece ser justo ter um cachorro, que ela adorava, e ainda comer carne. Medalhista de ouro no revezamento 4x400m metros em Tóquio 2020, Kaylin Whitney alterou sua dieta em 2020 e diz que isso refletiu no seu desempenho na pista de corrida. Para ela, o veganismo é uma fórmula vencedora.
A delegação alemã tem três veganos. Jam Zimmermann, do vôlei de quadra, adotou a alimentação em 2015. Constantin Preies, dos 500 metros com barreiras, é vegetariano desde 2017 e cortou completamente os produtos de origem animal em 2018. A mudança não foi por razões éticas, mas por causa de frequentes rupturas musculares, distensões e problemas nas costas. A sugestão veio de seu treinador. Já o escalador Alexander Megos, vegano desde 2021, é considerado um dos mais fortes do mundo. Ele é conhecido por sua potência, técnica e rápida capacidade de projeção, além de seus posts nas redes sociais. Alexander tem um mantra para refeições simples e saudáveis: “quanto mais variedade e cor, melhor”.
Também escaladora, mas da Austrália, Oceana Mackenzie é considerada a melhor de seu país em todas as modalidades (lead, speeed e boulder) e foi a primeira mulher a representar a Austrália na estreia da escalada esportiva nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Isobel Batt-Doyle, do atletismo australiano, diz que sua conversão foi por motivos éticos e ambientais, e que continuará vegana pela sua saúde.
O representante da Suíça é Jonas Raess, corredor de longa distância, é vegano há três anos e mudou sua dieta pela ética e ecologia e costuma dizer que se ele não conseguiria matar um animal sozinho, por que então deveria então comê-los.
A esgrimista Vivian Kong, da China, que foi medalhista de ouro na que foi a primeira mulher de seu país a receber um ouro no Campeonato Asiático de Esgrima, é vegana desde 2017 porque queria se recuperar mais rápido após ter uma lesão no joelho.
A ciclista Anna Henderson, da Grã-Bretanha, conquistou a medalha de prata no ciclismo de estrada em Paris, na sua estreia olímpica. A jovem de 25 anos diz que gostaria que mais ciclistas adotassem o estilo de vida do veganismo. Em entrevistas, ela diz que amava carne, mas que as pessoas dissociam o que é a proteína dos animais e depois que ela fez essa conexão, não conseguiu mais consumir o alimento e nem produtos de origem animal.
Fechando a lista, as Paralimpíadas Paris-2024 terão como representante vegana Elena Congost, da Espanha. Elena adotou a dieta à base de plantes desde 2009 por motivos éticos, ambientais e de saúde. Ela foi medalhista em Londres-2012 e afirma sua dieta a ajuda com anemia e problemas digestivos.
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Fonte: O Globo