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ESTUDO

Olfato dos cães é 10 mil a 100 mil vezes mais apurado do que o dos homens

A ciência vem explicar como é possível os cães percorrerem vários quilómetros sem perder o seu sentido de orientação.

2 de dezembro de 2024
Ana Rita Iria
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Quem nunca ouviu uma história emocionante de um cão que percorreu grandes distâncias para encontrar o caminho de volta para casa? Embora pareça coisa de cinema, casos assim são mais reais do que imaginamos e revelam as capacidades impressionantes dos nossos companheiros de quatro patas.

Publicado pela National Geographic, este estudo explica que os cães têm uma combinação única de instintos e sentidos apurados que os ajuda a navegar, sendo um dos principais aliados o olfato.

Os cães possuem um sentido de cheiro entre 10.000 a 100.000 vezes mais sensível que o dos humanos, permitindo-lhes seguir rastos e reconhecer ambientes através de odores. Mas não fica por aí. Tal como os lobos, seus ancestrais, os cães constroem “mapas mentais” do ambiente, que incluem cheiros, pontos de referência visuais e até sons. Essa capacidade permite-lhes criar caminhos na memória e, assim, orientar-se.

“Os cães parecem ser capazes de construir mapas mentais do seu ambiente. É provável que o mapa mental deles de um ambiente seja um pouco diferente do nosso, pois provavelmente é dominado por aromas.” afirmou Zazie Todd, perita em comportamento animal, ao National Geographic.

Além do olfato apurado, estudos sugerem que os cães também podem sentir o campo magnético da Terra, uma habilidade conhecida como magnetorecepção. Numa pesquisa publicada em 2020, foram realizados mais de 600 testes de análise a componentes de homing (regresso a casa), a vinte e sete cães de caça. Equipados com GPS e soltos em florestas desconhecidas, o objetivo dos animais era regressar aos humanos.

Enquanto cerca de 60% dos cães no estudo usaram o olfato para refazer os seus passos e farejar o caminho de volta até aos humanos, os restantes 30% usaram uma estratégia chamada “corrida da bússola” que consistia em correr em linha reta ao longo do eixo norte-sul antes de escolherem uma nova rota, o que provavelmente os ajudava a localizar-se pelo campo magnético. Os cães que utilizaram esta técnica mostraram-se mais rápidos a regressar.

Os investigadores acreditam que esta técnica é combinada com o “mapa mental” do ambiente, permitindo que os cães encontrem o caminho de volta de forma mais rápida e precisa. “Um cão, como nós ou outros animais resolvendo um problema semelhante, pode usar e alternar entre diferentes estratégias”, diz o coautor do estudo, Hynek Burda, professor emérito de zoologia na Universidade de Duisberg-Essen, na Alemanha.

Embora as jornadas dos cães sejam impressionantes, nem todos estão preparados para aventuras assim. Hoje, a maioria dos cães é criada para ficar próxima dos tutores, sem necessidade de explorar grandes áreas. Segundo os especialistas, o vínculo forte entre cães e humanos, semelhante ao de pais e filhos, faz com que os nossos amigos de quatro patas prefiram estar connosco e, quando separados, sintam uma forte motivação para regressar.

Ainda que o instinto de retorno seja admirável, o ideal é evitar que o seu cão se perca certificando-se de que ele tem identificação, como microchip e coleira. Essas medidas aumentam as chances de reencontro, sem que o seu fiel amigo precise de enfrentar uma longa e perigosa viagem para voltar ao lar.

Fonte: Pets in Town

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