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Desmatamento mata dezenas de coalas na Austrália

5 de fevereiro de 2020
4 min. de leitura
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Os responsáveis podem ser penalizados com multa de 8 mil dólares


Rebecca Tregear/Pixabay

Um desmatamento em uma plantação de eucaliptos em Victoria, na Austrália, em dezembro de 2019, já matou 30 coalas, dos 80 animais socorridos por especialistas. Para os investigadores, o número deve ultrapassar as 40 vítimas quando os 10 km de madeira derrubada forem percorridos. O caso ficou internacionalmente conhecido como ‘massacre dos coalas’.

Em terras privadas próxima ao local, veterinários tratam os animais que chegam a eles com ossos quebrados e famintos. Vários tiveram de ser submetidos à morte induzida por conta de seu estado grave de saúde.

Em manifestação oficial, a ministra do Meio Ambiente do Estado de Victoria, Lily D’Ambrosio, afirmou que o evento foi “devastador” para a população de coalas da região de Portland e prometeu que o governo fará “todo o possível” para punir os autores. “Todos podem, com razão, sentir-se não apenas chocados,  profundamente tristes e com o coração partido, mas com raiva. Estou absolutamente zangada”, disse.

Os moradores relataram o incidente ao Departamento de Meio Ambiente, Terra, Água e Planejamento (DELWP), que chegou ao local no dia 31 de janeiro. Os coalas sobreviventes foram transferidos para receber tratamento especializado e reabilitação. “Após avaliação, os animais que não necessitam de transferência imediata receberam comida e água”, afirmou o departamento. “A DELWP está trabalhando com as partes interessadas para fazer o melhor pelos coalas restantes e isso pode incluir a translocação para locais adequados”, esclareceu.

De acordo com a Lei da Vida Selvagem, matar, assediar ou perturbar os animais pode gerar multa de oito mil dólares, além de uma multa adicional de mais de oitocentos dólares por vítima. A Lei de Prevenção da Crueldade contra Animais também pode ser utilizada como forma de punição. Uma das empresas madeireiras envolvida na colheita de madeira do local, em outubro de 2019, alegou ter devolvido a área no mês seguinte. Em nota, a empresa afirmou que “deixou um número apropriado de árvores para a população de coalas existentes e forneceu detalhes disso em uma carta ao proprietário da terra”.

Free-Photos/Pixabay

“Entende-se que, após a empresa concluir seu trabalho, as árvores restantes foram desmatadas. Isso é particularmente preocupante para os silvicultores e funcionários que trabalharam assiduamente para proteger os coalas durante a operação de colheita”, diz o comunicado. Um porta-voz da empresa afirmou que devolveu o local ao proprietário em meados de novembro com 72 coalas no local, deixando 10 hectares de vegetação remanescente.

A propriedade é administrada por Keith Troeth em nome de seu pai, Russell Troeth. Keith Troeth contou ter limpado o local na semana anterior, mas que toda a atividade foi pensada para minimizar qualquer fatalidade. “Pode ter havido um ou dois coalas mortos e eu assumirei a responsabilidade, mas não o grande massacre que está sendo verificado”. Russell Troeth se recusou a comentar.

A Associação Australiana de Produtos Florestais (AFPA) se manifestou afirmando horror ao que a investigação revela e descreveu como um “ato insensível de crueldade animal”. O executivo-chefe da associação, Ross Hampton, afirmou que os operadores florestais “seguem meticulosamente os procedimentos de preservação de coalas supervisionados pelo Departamento de Meio Ambiente de Victoria”.

“Fui informado de que os operadores, neste caso, foram tão cuidadosos que levaram até um coala ferido, que encontraram durante a inspeção, ao veterinário”, disse ele. “A colheita dessa área terminou em novembro e a terra foi devolvida ao proprietário antes do Natal. Ainda não está claro quem demoliu as árvores com os coalas aparentemente ainda neles, mas é absolutamente certo que isso não foi feito por uma empresa. Apoiamos todos aqueles que clamam para que a lei seja aplicada ao agressor”, acrescentou. A AFPA lançará sua própria investigação. As informações são do The Guardian de 3 de fevereiro.


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