Por decisão da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar de Portugal, não haverá a emissão de mais licenças para o registo audiovisual de cetáceos nos meses de julho e agosto deste ano. Esta decisão tem como motivação essencial a identificação da presença de crias de golfinhos e cachalotes nos Açores e o enorme impacto que esta atividade em particular lhes provoca.
Para Frederico Cardigos, diretor regional do Ambiente, a defesa dos animais deve ser intransigente até por é uma questão de sensatez. “A partir do momento que os animais não se sintam confortáveis nos Açores, partirão para novas paragens. Por outro lado, os nossos turistas são muito exigentes do ponto de vista ambiental e também não toleram a pressão excessiva a que, algumas vezes, se assiste”, declara o diretor.
Em pleno ano internacional da biodiversidade, é assim dado mais um passo para a proteção dos mamíferos marinhos dos Açores. “Aliás, estamos a considerar a hipótese de alargar as medidas de proteção aos cetáceos. Têm-nos sido relatadas algumas reações que apontam para uma necessidade de diminuir ainda mais o esforço. Sabemos que isso pode ter um impacto significativo na atividade de observação de cetáceos e, por isso, apenas o faremos após uma discussão mais alargada.”
Nos Açores já foram registadas cerca de três dezenas de espécies de cetáceos e são comumente observadas mais de duas dezenas, fazendo deste arquipélago um dos mais privilegiados pontos para observação de baleias, cachalotes e golfinhos no mundo inteiro. A postura ambiental dos Açores, em conjunção com um turismo especialmente sustentável, já valeu ao arquipélago menções em diversas publicações internacionais da temática e o galardão QualityCoast atribuído por uma organização com dimensão europeia.
Com informações de A União