Uma das preocupações de todo tutor de cão e gato consciente deve ser a obesidade. A questão é que a gordura pode levar o pet a ter vários outros problemas de saúde, como dificuldades respiratórias, triglicérides, colesterol, hipertensão, diabetes, problemas no coração e até mesmo câncer. Segundo a médica Fernanda Fragata, do Hospital Veterinário Sena Madureira, a obesidade pode diminuir o tempo de vida do bicho.
Segundo um estudo da Association for Pet Obesity Prevention (Associação para Prevenção da Obesidade em Animais de Estimação), 44% dos cães e 57% dos gatos dos Estados Unidos foram considerados obesos em 2008.
Este é um número 4% maior que o de 2007. Em 2009, um relatório do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, divulgado pelo laboratório Vetnil, afirma que 25% dos cães e gatos do ocidente estão acima do peso. No Brasil, estima-se que o problema atinja cerca de 20% da população animal.
Muitos tutores, quando notam que o bicho está obeso, reclamam de não conseguir fazê-lo emagrecer. Para que haja a perda de peso, é preciso mudar a rotina tanto do animal quanto dos tutores. As necessidades calóricas dos homens são bem maiores do que a de um cão ou gato. Por isso, um pedacinho de algo que você esteja comendo, no organismo do bicho, equivale a um pedação.
Tutores e bichos precisam mudar de hábitos
O primeiro fator que leva à obesidade animal é o excesso de ingestão calórica, seja por ração, seja por outros quitutes. Em seguida, vem a inatividade física. E tem também a falta de consciência dos tutores – afinal de contas, o bicho certamente não abre a geladeira para beliscar guloseimas e também não escolhe o que é comprado no supermercado.
A maioria dos tutores não resiste ao pedido do pet na hora das refeições e acaba compartilhando com o animal tudo o que come. Nessa história, tanto o tutor como o animal criam um círculo vicioso: o bicho vai sempre pedir e o tutor vai sempre ceder. Quando não ganha nada, o animal reclama e o tutor acaba cedendo.
Por isso, quando se trata de emagrecimento, é preciso mudar os hábitos dos bichos e dos tutores. A veterinária Fernanda destaca:.
“Lembre-se que um bicho é como uma criança: só se alimenta com o que o tutor lhe oferece. Portanto, o papel e envolvimento de toda a família do animal são importantes no tratamento para perder peso”.
Avalie: por que seu bicho está gordo?
Antes de tomar qualquer atitude em relação ao peso do seu bicho, é preciso avaliar se ele realmente está obeso. Algumas raças já são mais “cheinhas” por natureza. Segundo Fernanda, alguns problemas hormonais podem causar obesidade e, neste caso, o veterinário saberá identificar.
“Deve-se avaliar o peso e a condição corporal, ou seja, se tem costelas aparentes, se está ou não acinturado, ou se tem acúmulo de gordura na região do pescoço, por exemplo”.
Se a causa do problema for o sedentarismo, o animal deverá iniciar gradativamente uma rotina de exercícios, além da dieta indicada pelo veterinário. Vale lembra que animais castrados e idosos têm mais tendência a ficarem obesos.
Lights etc.
Hoje, o mercado está lotado de rações light, com teor calórico reduzido, mas Fernanda afirma que, antes de mudar o cardápio do pet, é preciso consultar um veterinário. Existem remédios que atuam no problema e também devem ser receitados por um especialista:
“Em geral, as rações light funcionam. Porém, deve-se antes consultar um veterinário para ver se existe uma causa de base para a obesidade ou se é somente um excesso de calorias ingeridas”.
Dicas para evitar que o bicho fique obeso:
– Defina uma quantidade diária de comida e divida em duas refeições.
– Não deixe o pote com ração à disposição. Quando o alimento está ao alcance, os bichos comem mais.
– Evite comer perto do bicho e mantenha-o longe na hora das refeições.
– Por mais que o bicho peça, não dê a ele o que você come. Se ele perceber que algumas reclamações adiantam, vai pedir comida sempre.
– Diminua a quantidade de biscoitinhos que dá ao pet.
Fonte: R7