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O terrível assassinato de cavalos para consumo no Brasil

30 de janeiro de 2016
5 min. de leitura
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Os brasileiros não gostam de comer, mas o país é um gigante na matança de cavalos para consumo. Descrição para deficientes visuais: Uma manada de cavalos em movimento ao ar livre. São marrons, brancos, pretos e mesclados. Foto: Internet
Os brasileiros não gostam de comer, mas o país é um gigante na matança de cavalos para consumo. Descrição para deficientes visuais: Uma manada de cavalos em movimento ao ar livre. São marrons, brancos, pretos e mesclados. Foto: Internet

Fátima ChuEcco/Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Embora exista certa rejeição à carne de cavalo por razões culturais no Brasil, isso não impede que o país seja um dos maiores exportadores para grandes consumidores como Bélgica, Holanda, África do Sul e Japão. Cerca de 99% da produção dessa carne em três frigoríficos instalados no Brasil, o Prosperidad em Araguari (MG), o Oregon em Apucarana (PR) e o Foresta em São Gabriel (RS), vai para o Exterior.

Mas se grande parte dos brasileiros já não tem interesse na carne de cavalo, menos teria se soubesse como são os métodos de morte, em sua maioria, com os animais ainda conscientes e assistindo outros morrerem. A pistola com parafuso para perfurar o cérebro e, supostamente, deixar o animal inconsciente, costuma ser o mais comum, mas ocorre que essas pistolas foram criadas para assassinar bovinos. Com pescoços mais longos, os cavalos agitam a cabeça tentando se livrar do tiro que acaba atingindo regiões periféricas ao ponto exato. Assim, levam vários tiros de pistola ou são cortados em estado consciente mesmo, sem qualquer cerimônia.

Esse e outros métodos aplicados no Brasil estão detalhados em uma matéria no site: “Estudos têm demonstrado que mesmo os cavalos considerados devidamente atordoados, muitas vezes recuperam a consciência em poucos minutos, sendo capazes de sentir dor e terror durante todas as etapas seguintes da chacina, ao mesmo tempo em que estão privadas habilidades motoras que lhes permitam sequer tentar reagir ou escapar”.

Segundo a mesma matéria, “uma variante do assassinato propriamente dos cavalos e burros, depois de supostamente atordoados, é o método conhecido como sangria. O animal (inconsciente ou semiconsciente, mas incapaz de se mover ou reagir) é pendurado por uma corda ou gancho e tem sua garganta cortada”.

O abate implica em sofrimento porque estudos mostram que os animais continuam conscientes enquanto são mortos. Descrição:  A foto mostra dois cavalos bem bonitos, um marrom escuro e outro marrom claro com mancha branca no rosto. Foto: Internet
O abate implica em sofrimento porque estudos mostram que os animais continuam conscientes enquanto são mortos. Descrição: A foto mostra dois cavalos bem bonitos, um marrom escuro e outro marrom claro com mancha branca no rosto. Foto: Internet

Vale lembrar que frigoríficos que matam cavalos também matam jumentos. Aliás, a China está entusiasmadíssima com a possibilidade de importar milhares de jumentos do Brasil conforme matéria publicada ano passado na ANDA que gerou bastante revolta nos brasileiros.

A questão de exportação para a China envolve vários fatores preocupantes, entre eles, o transporte de navio, longo e estressante durante o qual muitos animais entram em desespero e até morrem. E não é assunto novo. Desde 2012 os chineses estão negociando a venda de jumentos para serem usados como alimentação e na indústria de cosméticos.

Mas voltando à carne de cavalo, sabe-se que é muito apreciada no Japão e na Itália. Aliás, é justamente da Itália que veio a fama da mortadela ser feita de carne de cavalo porque lá, a mortadela realmente possui esse ingrediente. Já no Brasil a mortadela é feita dos restos de outros animais – não que esses outros animais sofram menos ou mereçam estar nas mesas mais que os cavalos, mas apenas para esclarecer que a mortadela brasileira normalmente não possui carne de cavalo até por uma questão cultural, como dito acima.

No entanto, no Brasil, a produção e comercialização da carne de equídeos não é proibida, mas a lei exige que a embalagem diga que esses animais foram usados na produção. O decreto 30691, que aprova o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal estabelece que “a carne de equídeos e produtos com ela elaborada, parcial ou totalmente, exigem declaração nos rótulos: “Carne de equídeo, ou preparado com Carne de Equídeos ou contém Carne de Equídeos”. Como isso “espanta” uma população que não gostaria de comer cavalos, a indústria brasileira prefere exportar esse tipo de carne do que inserir nos produtos para consumo interno.

Petição para proibir o assassinato de cavalos

Bélgica, Holanda, Japão, China, Itália e Espanha estão entre os maiores consumidores de carne de cavalo. Descrição: Close no olho de um cavalo onde se vê refletida a cena de um matadouro. Foto: Petição contra matança de cavalos no Brasil
Bélgica, Holanda, Japão, China, Itália e Espanha estão entre os maiores consumidores de carne de cavalo. Descrição: Close no olho de um cavalo onde se vê refletida a cena de um matadouro. Foto: Petição contra matança de cavalos no Brasil

Quem não deseja consumir, muitas vezes também não quer que a matança de cavalos seja feita no Brasil, por isso existe uma petição solicitando que seja proibido o assassinato desses animais para consumo em terras brasileiras. Para assinar acesse.

Segundo a Humane Society International entre os países que mais matam equídeos para consumo estão Mongólia, Rússia, Cazaquistão, México e China. A Itália é o país que mais mata cavalos para alimentação, seguido da Espanha. Para quem tem coragem de assistir, alguns vídeos mostram essa triste realidade dos matadouros brasileiros. Alguns deles podem ser vistos abaixo e aqui.

https://www.youtube.com/watch?v=4hdVrg9j1Fw

*É permitida a reprodução total ou parcial desta matéria desde que citada a fonte ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais com o link. Assim você valoriza o trabalho da equipe ANDA formada por jornalistas e profissionais de diversas áreas engajados na causa animal e contribui para um mundo melhor e mais justo.

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