O ano era 2015, e um caminhão com porcas tombava no Rodoanel, em São Paulo. As imagens das porcas jogadas no asfalto impactaram muita gente. Esses animais estavam sendo levados para o matadouro para virar carne de porco. E uma dessas pessoas impactadas foi meu irmão, que a partir dali passaria a se tornar vegano.
O tempo passou, e eu me tornei vegano somente em 2017, ou seja, 2 anos após o meu irmão já estar no veganismo. Fiquei 2 anos pensando sobre veganismo, cogitando a ideia de cortar os produtos de origem animal, mas algo me impedia. Eu não tinha o costume de comer vegetais, não gostava de nenhum tipo de vegetal, o famoso paladar infantil.
Mas a partir do momento em que eu decidi pesquisar sobre a exploração animal e realmente entendi o que a indústria faz com milhões de animais, o quão cruel e triste é, realmente, a produção de carne, leite, ovos, couro, e derivados me tornei vegano da noite para o dia.
Eu tomei essa decisão ainda sem gostar de vegetais, mas a partir do primeiro dia como vegano, decidi que mudaria completamente minha alimentação. E teve um grande impacto positivo em vários aspectos da minha vida.
Em relação à alimentação, eu melhorei 100%. Isso quer dizer que passei a consumir uma grande quantidade de frutas, legumes e vegetais. Aprendi a comer muito bem, me acostumei com os vegetais e deixei pra traz o paladar infantil.
Além disso, cortei o consumo de embutidos e ultraprocessados, algo que talvez eu não faria se não tivesse me tornado vegano. Essas mudanças me ajudaram a melhorar as dores abdominais que eram frequentes, e a curar um princípio de úlcera estomacal.
Assim que me tornei vegano muita coisa mudou na minha vida, mas mudou de uma forma muito positiva. Antes de tomar a decisão, eu pensava que virar vegano era a coisa mais difícil do mundo, que para mim seria impraticável. Eu não podia estar mais enganado. Essa decisão mudou minha forma de consumir não só no âmbito da alimentação, mas de um consumo geral.
Se tornar vegano não é só tirar os produtos de origem animal da alimentação e incluir vegetais. É repensar totalmente a sua forma de consumir qualquer tipo de produto, seja um tênis, uma bolsa, um produto de higiene e limpeza, um entretenimento etc. Isso porque o veganismo tem como objetivo acabar com a exploração animal. E se tornar vegano é se opor a qualquer tipo de exploração contra animais.
E ser vegano faz com que você não pense de maneira egoísta, somente nos seus gostos e vontades. Eu passei a ter uma visão mais coletiva, compreendendo que estamos vivendo em um planeta com uma série de seres vivos, e que esse planeta não foi feito exclusivamente para nós humanos. A minha forma de enxergar o mundo mudou e isso é muito benéfico.
Depois de 6 anos sendo vegano, percebo que o que mais impede da gente realmente mudar a forma como vivemos, é o nível de informação. Eu fui atrás de ler sobre veganismo, entender o que esse movimento significava, de fato.
Antes eu escutava que veganos não tinham disposição, que ficavam doentes e anêmicos. Isso não pode estar mais errado. Foi justamente a partir do momento que me tornei vegano, que passei a ter mais disposição, vontade de fazer as coisas, meu sono melhorou muito, minha saúde física e mental melhorou de maneira impressionante.
Além de tudo isso, ter me tornado vegano mexeu diretamente no meu bolso. Eu escutava que ser vegano era coisa de rico, que tinha que ter muito dinheiro. Outro mito sobre o veganismo. O tanto que eu economizei até hoje sendo vegano não está escrito. A vida ficou muito mais barata, mais saudável e com propósito.
O veganismo não é um propósito religioso, moralista ou fantasioso, é um propósito realista, baseado em fatos, pesquisas, estudos e dados reais, sem contar a vivência de seis anos.
Fonte: Terra