Por Noelia Gigli (da Redação – EUA)
Os icônicos alces de Minnesota estão em tão mau estado que o Estado cancelou a temporada de caça de 2013 na quarta-feira. O rebanho, localizado na região nordeste do estado, foi reduzido a cerca de 2.700 animais, uma queda de 35% com relação ao ano passado e de 65% desde 2008. Apesar de o Departamento de Recursos Naturais de Minnesota (MNDR) ter cancelado a temporada de caça, sublinhou que os caçadores não são os culpados por esta notícia preocupante. “A população estadual de alces tem estado em declínio há anos, mas nunca à taxa precipitada documentada neste inverno”, disse o comissário Tom Landwehr. Ele reafirma a necessidade de conservação da comunidade para melhor entender por que esta espécie emblemática do Norte está desaparecendo.
Embora o declínio acentuado tenha deixado funcionários do estado um tanto perplexos, muitos membros da comunidade de conservação culpam a mudança climática. Doug Inkley, cientista sênior da National Wildlife Federation, explica: “Com as altas temperaturas no verão, alces procuram abrigo em vez de se alimentar. O estado nutricional decai, e eles se tornam mais vulneráveis a doenças e parasitas, causando a mortalidade”.
Minnesota não é o único estado a presenciar um declínio acentuado de alces. Especialistas de New Hampshire afirmam o aumento de carrapatos em 2011, devido a um inverno excepcionalmente quente em 2010. Carrapatos proliferam-se rapidamente, enfraquecendo os alces e causando anemia; os animais chegam a ter até 150 mil carrapatos em suas peles, cinco vezes o valor normal. “Imagine o estado de saúde se você estivesse anêmica, fraca! Sua probabilidade de produzir um bezerro que sobreviva seria pior.” Um biólogo disse a Inkley que, provavelmente, houve 100 por cento de mortalidade de bezerros nascidos na primavera de 2010, em New Hampshire, e uma mortalidade de 40 por cento de alces adultos no inverno de 2011.
O MDNR está liderando uma campanha agressiva para saber mais sobre mortes dos alces, envolvendo perseguições aéreas com helicópteros, coleiras hi-tech e um implante engolido por um animal que monitora o coração de um alce e sua temperatura interna. O implante enviará sinais de retorno para os pesquisadores, o que lhes permitirá localizar um veado morto para estudo antes que lobos o encontrem.
Lou Cornicelli, gerente do MDNR, disse ao Minnesota Public Radio que há “um monte de fatores desconhecidos” sobre a teoria da mudança climática, e que é uma questão complexa. Mas Inkley está muito convencido de que inflexões de temperatura são o principal fator debilitante da espécie, e ele espera que o Congresso pare de enrolar e faça alguma coisa para reduzir as emissões de carbono. Ele critica a liderança do Estado de Minnesota em não reconhecer o clima como a questão-chave. “Minnesota diz que está ficando mais quente, e parasitas estão ficando piores, mas eles não estão ligando os dois”, diz. “Minnesota está sendo cauteloso, mas acho que a escrita está na parede.”