O ano que se passou foi recheado de acontecimentos importantes para as políticas ambientais e climáticas. 2022 marcou a realização da COP27, a conferência do clima da ONU, no Egito, e da COP15, a conferência da biodiversidade, no Canadá. Além disso, eventos climáticos extremos estiveram no centro da vida da população: calor recorde no Hemisfério Norte e, no apagar das luzes de 2022, o frio extremo que atingiu os Estados Unidos.
Enquanto a diplomacia dá novos passos em direção à consolidação de políticas públicas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, os efeitos da mudança climática em curso se tornam cada vez mais concretos e palpáveis. Para 2023, é preciso que os líderes mundiais avancem mais em medidas essenciais para a segurança de todos no planeta.
Em um comunicado oficial da Fundação das Nações Unidas, a organização pontuou que a jornada até a COP28 será determinante para atingir os objetivos do Acordo de Paris. De acordo com Pete Ogden, vice-presidente de clima e meio ambiente, e Ryan Hobert, diretor administrativo de clima e meio ambiente da Fundação das Nações Unidas, “nada do que aconteceu na COP27 irá dissipar a crescente pressão sobre os países para demonstrar na COP28, em Dubai, que tomarão medidas imediatas e decisivas para manter os objetivos do Acordo de Paris ao alcance”.
A discussão sobre financiamento climático terá um peso ainda maior. Em 2022, na COP27, os países concordaram com a criação de um fundo para perdas e danos, para compensar os países mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas pelas consequências de eventos extremos. Além da concretização da criação do fundo, as economias desenvolvidas precisam mobilizar 100 bilhões de dólares em financiamento público e privado para economias em desenvolvimento.
Para a Fundação das Nações Unidas, a área de sistemas alimentares também será um setor de destaque em 2023. “Haverá muitas oportunidades para fazer mais progresso em alimentos, agricultura e clima no próximo ano, graças ao novo destaque na agenda climática global”, disseram representantes da área.
Além disso, a expectativa é que os olhares se voltem cada vez mais para o oceano. Segundo a Fundação, soluções baseadas no oceano para mudanças climáticas, segurança alimentar e estabilidade energética receberão maior reconhecimento em 2023. Um exemplo prático será o trabalho na Organização Marítima Internacional (IMO) para acelerar a descarbonização do setor marítimo global, além de esforços de governos para desenvolver fontes limpas de energia oceânica, como a energia eólica offshore nos Estados Unidos e na Europa.
Outro destaque muito aguardado em 2023 é a conclusão do sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC. Segundo Kristyn Ostanek, pesquisadora associada para Clima e Meio Ambiente da Fundação das Nações Unidas, “2023 será um ano importante para o IPCC, no qual encerrará seu ciclo atual com o lançamento de um relatório final sintetizando todas as suas descobertas e iniciará a transição para sua próxima série de relatórios”.
Fonte: Veja