Imagens de arquivo descobertas, depoimentos dos envolvidos e cenas recriadas ajudam a contar a história do pequeno primata que foi obrigado a viver com uma família humana. A psicóloga, que toma o lugar de sua mãe, chega dar de mamar no peito e cria o animal junto com seus filhos. No entanto, a família humana falha em ensinar-lhe linguagem e sofre quando o animal começa a se comportar como – pasmem – animal, mordendo e até com certa violência. Nim, então, é colocado para adoção.
O chimpanzé passa pelos cuidados de outras estudantes de psicologia que tentam ensinar os sinais de comunicação até que uma delas abandona o projeto e ele vai parar em uma jaula do centro de pesquisas onde nasceu. Com quase 120 sinais em seu vocabulário, Nim começa a fazer amigos humanos no local e aprende da maneira mais difícil a conviver com outros chimpanzés. Bebe cerveja e fuma, como os homens.
Pouco tempo depois, sem recursos, o Centro de Primatas é obrigado a fechar as portas e Nim é vendido para pesquisas médicas e acaba dentro de um laboratório em uma gaiola menor ainda. Seus familiares humanos descobrem e lutam para que seja solto. Um ativista pelos direitos dos animais acaba comprando e levando o primata a seu santuário no Texas. Lá, mais uma vez, o animal fica sem a companhia de outros de sua espécie e humanos que soubessem os sinais de comunicação.
De maneira engraçada, e triste, em alguns momentos, o filme conta a história da passagem de Nim pelo mundo dos humanos pela voz das próprias pessoas que conviveram com ele. Nas palavras do diretor James Marsh, é uma biografia de um animal baseada no livro Nim Chimpsky: O chimpanzé que seria humano, de Elizabeth Hess. O filme estreia nos Estados Unidos em julho e no Reino Unido, em 12 de agosto. Ainda sem data confirmada para os cinemas do Brasil.
Fonte: Galileu
Nota da Redação (Por Dr. Pedro Ynterian): A história de Nim, assim como a de Washoe, são histórias da inconsequência humana com nossos irmãos primitivos: os chimpanzés. A insistência de tentar converter aqueles seres que estão limitados geneticamente de comunicar-se pela palavra, como nós, em humanos mudos, porém, que nos entendam e absorvam a nossa cultura, é um erro cruel.
A evolução do Homo sapiens tem milhões de anos, éramos como eles – chimpanzés – dois milhões de anos atrás, nos comunicávamos por sons e gestos. Evoluímos devagar e só alguns milhares de anos depois começamos a falar. Querer que os chimpanzés vencessem a barreira genética em uma ou poucas gerações é uma utopia, como é também convertê-los em “sapiens”.
A história de Nin é uma história de frustrações, já que as tentativas de humanizá-lo duravam pouco e o procedimento era errado. Enquanto os chimpanzés não vencerem a barreira genética que lhes permita falar nunca chegarão a ser “sapiens” e isso talvez nunca se consiga, já que os humanos vão exterminá-los da face da Terra nas próximas décadas.
Respeitamos a “cultura chimpanzé” e evitamos interferir em suas vidas. Eles copiam os humanos, como os humanos fazem entre si, porém, enquanto eles não falem, nem possam ler, nunca chegarão a ser humanos.
Então, a tentativa absurda de forçá-los a ser humanos é uma violência cruel praticada, entre muitas outras, com nossos irmãos primitivos. Deixemo-los em paz!
Dr. Pedro A Ynterian – Presidente, Projeto GAP Internacional