Ao analisarmos a relação homem-animal ao longo da história da humanidade, percebemos que muitos erros e atrocidades foram cometidos contra os animais, por falta de conhecimento, pela ganância ou em nome de tradições culturais. Os primeiros animais domesticados foram trazidos ao Brasil pelos colonizadores portugueses. Desde então, a relação homem-animal vem passando por profundas transformações. Para algumas espécies, como por exemplo, os cães e gatos, as mudanças foram marcantes.
No século passado, em 1929 no Congresso de Proteção Animal em Viena, Áustria, foi declarado o dia da morte de São Francisco de Assis, 4 de outubro, como o Dia Mundial do Animal, por ele ser tão generoso para com os animais. Em 27 de janeiro de 1978, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) aprovou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, da qual o Brasil é signatário. Embora a declaração dos animais siga a mesma trilha filosófica da dos Direitos do Homem, fica claro que estamos bem longe de uma equação justa, de proteção e amor aos animais.
Décadas se passaram. Mesmo com alguns avanços na proteção aos animais, o artigo 2º – que versa que o homem, como também uma espécie animal, não pode exterminar outros animais ou explorá-los violando este direito, está longe de ser uma realidade. Nós temos que contextualizar, advertir e orientar que a situação atual dos animais na sociedade requer uma visão adequada aos novos tempos.
O direito de viver dignamente, sem dor e sofrimento, por estar abandonado, ainda está por vencer, por isto no dia 4 de outubro de 2000, foi criado o Dia Nacional de Adotar um Animal, que visa abordar o tema de uma forma mais adequada aos desafios do século XXI, agregando novos valores e reforçando a homenagem ao patrono da ecologia, São Francisco de Assis. Agregar valores é uma proposta de aprendizado, é sinônimo de fortalecer e evoluir.
A maior população canina do mundo reparte-se entre Estados Unidos, Japão e Brasil (32 milhões). Segundo dados da Associação de Produtos e Prestadores de Serviço ao Animal (Assofauna), 63% das famílias brasileiras das classes A e B adotaram animais de estimação como seus membros. Quando se trata da classe C, esse número sobe para 64%.
A cada dia, os animais domésticos conquistam mais espaço nas casas. Ao comemorarmos o Dia Nacional de Adotar um Animal, 4 de outubro, devemos defender estas inocentes vítimas, transmitindo às pessoas o que realmente acontece com os animais na atualidade, não nos prendendo apenas ao passado distante, quando a concepção sobre a condição de vida dos animais era muito diferente. É preciso renovar os conceitos, promover a guarda responsável e estimular o controle da natalidade , principalmente nos cães e gatos, o que no século passado não era incentivado.
A visão no século passado sobre os animais era outra , como podemos constatar no clássico da literatura infantil “Caçadas de Pedrinho”, que foi publicado pela primeira vez em 1933. A Academia Brasileira de Letras sugeriu que os responsáveis pela educação estimulem uma leitura crítica por parte dos alunos, pois a mensagem traz expressões que podem ser consideradas ofensivas aos animais.
Hoje, os cães e gatos são tratados como filhos, mas, por outro lado, o abandono é uma triste realidade, muitos casos de maus-tratos acontecem frequentemente. Precisamos aproveitar para discutirmos os aspectos da busca da solução destes problemas e agirmos, nesta data especial, 4 de outubro, Dia Nacional de Adotar um Animal, articulando atividades com o cotidiano das escolas, dos bairros, da cidades e do país.
Há necessidade de apresentarmos novas formas e atitudes para melhorar o relacionamento com os animais. São critérios do trabalho de conscientização: – promover a qualidade de vida dos animais; – adequar do conceito de tutela ao novo século, ressaltando a responsabilidade; – estimular a ausência de preconceitos no momento da adoção. Uma mobilização, como esta, aproxima pessoas de outros movimentos, as quais estão envolvidas com o exercício da cidadania, e passam a somar as suas ações. É um ciclo interligado de ideias e projetos que ganham força e inspiram as pessoas, mostrando que é possível ajudar os animais a terem seus direitos reconhecidos.
Os animais não podem defender-se sozinhos no mundo de hoje, e muitos são os crimes a que são submetidos, como descaso e a crueldade. Por outro lado, é cada vez maior em todo o mundo o número de defensores dos animais. Cada um, à sua maneira, participa da defesa dos animais, muitas pessoas, inclusive, com sacrifício de seus empregos, salários e família. Entre os defensores surgem os mais variados grupos, desde a dona de casa que procura um novo lar para algum cão abandonado; pessoas que os recolhem, tratam e os alimentam, até o profissional que se dedica a salvar vidas. Todos são fundamentais para o fortalecimento da causa dos animais.
Atualmente, há inúmeros países que facilitam a convivência com os animais. Os cães conquistaram o direito de entrarem em estabelecimentos e empresas, assim como em transportes públicos. Uma lei promulgada pelo governo suíço estimula a guarda responsável de animais e visa diminuir o abandono de cães nas ruas e em abrigos , ou seja, quem adquire um animal, além de registrá-lo, precisa fazer um curso que envolve teoria (necessidades e desejos dos animais) e prática (situações que podem acontecer durante um passeio com o animal, por exemplo). Isso porque reconhecem que, cada vez mais, os animais representam um personagem definitivo no enredo das famílias, simbolizando a fidelidade e incondicional amor.
Aproveite esta data, Dia Nacional de Adotar um Animal, para refletir sobre as suas atitudes para com os animais, atualizar seus conhecimentos e, se possível, adote um animal; sua vida será muito mais alegre.
Eu sempre tive uma grande preocupação com o bem-estar dos animais e, tento mostrar isto, por meio de ações na minha vida pessoal e profissional. Procuro estar envolvida com ações que são interligadas ao meio ambiente, defendendo os animais, por isto idealizei o Dia Nacional de Adotar um Animal.
Acredito que existe um caminho a ser seguido, que é o respeito a todas as formas de vida, onde é preciso saber harmonizar: as necessidades básicas dos animais, como abrigo e alimentação, ao direito ao carinho, liberdade e à vida digna.
O Dia Nacional de Adotar um Animal, comemorado no dia 4 de outubro, é um convite a esta reflexão e a ação. Participe!
Fonte: Animal Livre