Em Sorocaba, diversas Ongs e protetores retiram cães e gatos das ruas, dando-lhes abrigo e cuidados médicos. Além disso, a Seção de Controle de Zoonoses de Sorocaba (CZS) , mantém cerca de cinquenta bichos no canil municipal. Castração, vermifugação, doação de animais e conscientização são alguns dos trabalhos desenvolvidos pela equipe do local.
A lembrança da temida e conhecida “carrocinha” ainda faz com que parte da população acredite que a CZS seja responsável por retirar todo e qualquer animal das vias públicas, e posteriormente, realizar a eutanásia nos bichos que não são adotados. A veterinária Daniela Camargo Mesquita de Oliveira, que trabalha na CZS, explica que a realidade mudou em 2007, quando em decorrência de uma lei, ficou proibida a eutanásia de animais saudáveis.
Embora essa medida tenha salvado a vida de muitos animais, também definiu regras diferentes para o resgate de animais abandonados. Hoje em dia, a CZS só atende ao chamado para recolher animais nas seguintes situações: bichos mordedores (que tenham atacado alguma pessoa), violentos, cães da raça pit bull, cadelas no cio que estejam causando brigas e tumultos entre outros cães, além de cavalos em vias públicas. Se algum animal estiver doente ou ferido em estado agonizante, a veterinária vai até o local para fazer a eutanásia.
A Zoonoses não realiza mais o resgate de animais saudáveis e feridos ou doentes com possibilidade de recuperação. De acordo com Daniela, o local não teria estrutura para realizar atendimento veterinário para esse tipo de caso, nem para abrigar todos os bichos que estão abandonados. “Não é possível aceitar todos esse animais aqui, porque existe uma lotação máxima. Eu não posso lotar de cães aqui, isso provoca brigas, disputas de território e disseminação de doenças”, conta.
Na primeira tentativa de realizarmos a entrevista, Daniela precisou sair às pressas para realizar a eutanásia em um cavalo que foi atropelado por um caminhão. O atropelamento é apenas um dos riscos a que estão submetidos os equinos que ficam nas ruas. O número de equinos aumentou ainda mais com a chegada de uma égua que ficava solta e foi vítima de maus-tratos e seu filhote. O local não tem capacidade para muitos animais e contava com cerca de dez cavalos retirados das ruas. “Se o tutor do animal não aparecer em um período de dez dias e pagar uma multa, o cavalo é colocado para adoção”, informa Daniela. Embora os fiscais da CZS verifiquem denúncias de maus-tratos e irregularidades, o 7º Distrito Policial de Brigadeiro Tobias, em Sorocaba, é o responsável por registrar esse tipo de queixa.
Sem destino
Após receber denúncias de que cães circulavam pelos terminais urbanos de ônibus do município, o Cruzeiro do Sul flagrou a presença de dois no Terminal Santo Antônio. Vagando pelo local, comendo restos do chão e abrigando-se embaixo de bancos, os cães pareciam dóceis. Em Sorocaba, diversas Ongs e protetores retiram cães e gatos das ruas, dando-lhes abrigo e cuidados médicos. Além disso, a Seção de Controle de Zoonoses de Sorocaba (CZS) , mantém cerca de cinquenta bichos no canil municipal. Castração, vermifugação, doação de animais e conscientização são alguns dos trabalhos desenvolvidos pela equipe do local.
Uma das pessoas que entrou em contato com o jornal relatou o desejo de ficar com um dos animais, e que teria pedido permissão para embarcar com o cão no ônibus, porém seu pedido teria sido negado. A Urbes informou que o transporte de animais em ônibus é proibido, exceção feita apenas para cães-guia. De acordo com a empresa, os terminais urbanos são locais abertos e, portanto, sujeito a entrada de cachorros que circulam pela cidade. A empresa, na medida do possível, prometeu evitar que esses animais acessem o local através dos agentes de portaria ou de plataforma. A empresa informou que sempre que necessário, solicita a presença da Zoonoses para avaliação e eventual retirada dos animais agressivos ou doentes dos terminais, para preservar a segurança dos usuários. Segundo Daniela, o cão que mordeu a passageira foi colocado em observação de dez dias, após esse período, se ele não demonstrar o desenvolvimento de doenças contagiosas será vermifugado, vacinado, castrado e colocado para a adoção. O outro cão também foi disponibilizado para quem quiser adotá-lo.
Adoção
A Zoonoses também abriga filhotes de cães e gatos menores de 90 dias, fruto da guarda irresponsável de pessoas que não zelam por seu cães, deixando-os soltos pelas ruas, permitindo crias indesejadas. Esse animais podem ser adotados na própria CZS ou nas feiras de doação promovidas mensalmente.
Os animais resgatados pela CZS são vermifugados, vacinados e castrados antes de serem colocados para a adoção. Os filhotes também têm direito a castração gratuita no local. Uma campanha permanente de castração, principalmente para os bairros com maior número de animais abandonados também ajuda a diminuir o problema, que está longe de terminar. Para a veterinária, a castração é essencial, pois diminui a quantidade de animais nas ruas. Ela ressalta que todas as pessoas que adotam precisam assinar um termo de responsabilidade pelo animal e lembra que antes de abrigar um bicho é preciso levar em conta alguns fatores como os gastos que o animal irá gerar com alimentação e cuidados veterinários; ter em mente que o animal viverá muitos anos, e que precisará de atenção especial na velhice; compreender o comportamento e incômodos que os animais eventualmente podem causar; e acima de tudo, ter muito amor para compartilhar. “Já aconteceu de um senhora trazer aqui um cão para ser sacrificado simplesmente porque ele estava velho. Quando nos recusamos, ela abandonou o animal aqui em frente”, relembra.
Para Daniela, é preciso ter em mente que os bichos não são objetos que podem se descartados quando “perdem a utilidade”. A veterinária enfatiza que não só os filhotes são capazes de trazer alegria para um lar. Alguns adultos são tão brincalhões quanto filhotes, com tamanho final e os mais calmos podem ser uma boa opção para quem busca uma tranquila companhia.
As próximas feiras de adoção acontecerão nos dias 16 e 17, na Praça Dirceu Doretto – rotatória ao lado da loja Telha Norte. Você pode visitar os animais de segunda a sexta, das 9h às 16h, no Setor de Apreensão da Zoonoses que fica na rua Rosa Maria de Oliveira, 345 (rua lateral do Humberto de Campos) , no Jardim Zulmira. Mais informações através do telefone (15) 3229-7315.
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Fonte: Cruzeiro do Sul