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O CCZ do país das maravilhas

19 de novembro de 2010
4 min. de leitura
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Lilian Rockenbach
http://lilianrockenbach.blogspot.com/ 

Com um orçamento de mais de R$ 14 milhões em 2010, o Centro de Controle de Zoonoses praticamente nada fez para melhorar suas instalações e dar melhor condições aos animais e funcionários.

A COVISA, que coordena o órgão, não se importa com a situação dos animais da maior cidade da América Latina, e mesmo com o dinheiro disponível não realizou o mínimo necessário para garantir segurança aos funcionários e animais, muito menos a promessa feita pelo Prefeito Gilberto Kassab de construir um novo núcleo de adoção nas dependências do órgão público que seria entregue em Dezembro de 2010.

A COVISA também não utilizou a verba de R$3.000.000,00 destinada à construção de  novos núcleos de atendimento, a fim de descentralizar o CCZ. 

Mesmo com uma verba disponibilizada para Operação e Manutenção do Centro de Controle de Zoonoses no valor de R$ 6.380.000,00 o valor empenhado (previsto de ser gasto) para tal foi de praticamente a metade, sendo que as condições acima continuam sendo observadas. Até novembro conseguiram gastar apenas R$ 1.303.002,33

A verba para a “Reforma e Ampliação do Centro de Controle de Zoonoses” que era de R$ 4.735.000,00 destinada para a construção do Núcleo de Bem Estar Animal, prometida para 2009, reprometida para em dezembro de 2010, foi prevista autilização de cerca de pouco mais de 30% e utilizado apenas “acreditem” 0,34%, ou seja, R$ 16.436,00.

A obra iniciada em julho de 2010 continua apenas nos tapumes e não será entregue, mais uma vez, no prazo prometido. Veja:

Enquanto isso a situação dos animais dos canis individuais é esta:

 

Não haveria problema nenhum em economizar o dinheiro público se a situação do órgão que controla zoonoses da maior capital da America Latina fosse exemplar.

Se não houvesse animais em situação de confinamento.

Se não houvesse animais em situação de maus-tratos, uma vez que encontram-se confinados em canis que medem cerca de 1m X 1,10m num ambiente mal ventilado e extremamente frio e úmido, que acomodam cães das raças Pitbull, Rotweiller, Pastor Alemão, Fila e vários outros que já sofrem com a discriminação, com a estigmatização, com o abandono, muitas vezes com situações de maus tratos como espancamento e apedrejamento apenas por terem sido abandonados e ainda são confinados em canis que não proporcionam a eles nem a possibilidade de ficarem em pé, sem contato com o sol e em alguns casos tendo que dormir diretamente no chão.

Se houvesse proteção no solo para TODOS os animais.

Apesar da boa vontade e dedicação dos funcionários que trabalham no setor, a COVISA nada fez para melhorar o triste quadro de confinamento a que os animais ESTIGMATIZADOS são submetidos.

 

Infelizmente os animais confinados no CCZ não  têm a perspectiva de mudar de realidade, uma vez que tanto os gerentes do órgão, quanto a coordenadora da COVISA e o Secretário de Saúde Januário Montone consideram a situação exemplar.

Januário Montone afirmou numa audiência pública: “O Probem (Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos) é um sucesso e o modelo está sendo exportado para outros países.”

120 mil microchips comprados e não há base de dados para cadastrá-los, ou seja, não existe ainda um sistema eficáz de identificação na cidade de São Paulo, os animais microchipados não estão sendo inseridos em nenhum banco de dados.

 R$14.115.000,00 disponíveis para mudar a situação, apenas R$1.319.438,33 utilizados… em quê?

Prefeito Gilberto Kassab
Secretário de Saúde Januário Montone
Secretário de Relações Governamentais Antonio Carlos Rizeque Malufe
COVISA Inês Romano:

Cumpram sua palavra!

“Pra mim está provado que para resolver o problema dos animais da cidade de São Paulo não falta dinheiro… Falta vontade política e competência!”

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