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Um dos mais promissores segmentos do agrobusiness desta década é o avestruz, uma indústria que está em plena consolidação e que apresenta um dos mais atraentes indicadores de custo-benefício do mercado.
O avestruz se mantém economicamente produtivo até os 40 anos de idade e tem capacidade de postura de 40 a 60 ovos/ano. Atinge a idade de abate aos 13 meses, com 140 kg em média. Não existe “desperdício” na estrutiocultura.
O maior produtor de plumas é a África do Sul, o mercado consumidor está na Europa, Ásia e Américas, sendo o Brasil um dos maiores importadores, principalmente para o carnaval (adornos e fantasias) e confecção de espanadores.
Um dos maiores chamativos do avestruz – para quem aprecia animais, e não para quem olha um animal enxergando matéria-prima extraída à força – são suas penas, grandes e imponentes. Para quem está no ramo da estrutiocultura, é uma fonte a mais de renda.
Todos precisam saber como funciona a retirada de plumas, para não cair na falácia do “produto que o animal dá para nós”: “O adulto pode produzir penas de excelente qualidade por quarenta anos ou mais, desde que receba cuidados apropriados. No entanto, as melhores penas são produzidas por avestruzes de três a doze anos de idade”. Esses são dados técnicos do SBRT – Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas do Ministério da Ciência e Tecnologia. “Quando se faz a retirada, deve-se deixar uma camada de penas na parte superior do animal para evitar queimaduras de sol. Separam-se bem as plumas para arrancar, puxando com movimento de zíper. Só arrancam-se as penas que apresentam o tálamo bem maduro, pois se arrancado quando ‘verde’, causa dor e sangramento no animal”. O animal passará por isso por quarenta anos, sistematicamente.
Segundo a avaliação técnica, o preço das penas brancas de melhor qualidade é de 80 a 90 dólares, e 40 dólares para a segunda qualidade, sendo que cada animal possibilita até mais de uma ‘safra’ anual.
Carnaval 2008 teve primeira escola de samba totalmente ecológica
A Tribuna Animal e o Quintal de São Francisco – duas grandes organizações de proteção aos animais – se uniram à Sociedade Escola de Samba Imperador do Ipiranga, em São Paulo, para promover um carnaval em benefício do meio ambiente. Na avenida, não houve um único adereço de origem animal. Penas e plumas que tradicionalmente compõem as fantasias foram substituídas por materiais alternativos, enfeites produzidos com artigos reciclados. Dessa forma, a Imperador do Ipiranga foi a primeira escola de samba do País a promover um carnaval totalmente ecológico.
Outras agremiações já tomaram essa iniciativa, porém, colocaram em prática só em algumas alas. Com o enredo “A Salvação do Planeta é o Bicho”, o carnaval ecológico da Imperador do Ipiranga teve como proposta fazer um alerta contra as agressões e os maus-tratos aos animais. Além disso, chamará a atenção do Brasil e do mundo para a necessidade da preservação da natureza. A ideia foi provar que é possível transmitir essas mensagens e ao mesmo tempo brilhar na maior festa popular do País.” O objetivo é divulgar a proteção animal no mundo. Falamos, por exemplo, de circo, de aquecimento global, de rodeios, do uso de peles, de castração, de guarda responsável para levantar uma discussão”, afirma Altina Mabellini, presidente da Tribuna Animal. Para ela, o carnaval ecológico também foi uma oportunidade de promover uma mudança cultural. De acordo com Altina, ao mostrar que é possível fazer bonito na avenida sem o uso de plumas e penas, a Imperador do Ipiranga é um exemplo para as outras escolas. A presidente da Tribuna Animal acredita que as duas mil pessoas que levantaram essa bandeira no desfile mandaram o recado de que a magia do carnaval pode ser mantida com o uso de adereços alternativos. Os carnavalescos da Imperador do Ipiranga trabalharam em ritmo acelerado para produzir, por exemplo, penas com tecido sintético, enfeites em PVC e carros alegóricos montados com garrafas pet.