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CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL

O benefício dos animais para o desenvolvimento infantil

Como pediatra, tranquilizo os pais ao afirmar que não devemos excluir os animais da vida dos pequenos

3 de dezembro de 2022
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Um dos questionamentos mais frequentes dos pais de primeira viagem é saber o que fazer com os seus animais domésticos, assim que recebem a notícia de que um bebê está a caminho. Cães, gatos e pássaros são nossos melhores amigos e é natural temer que um recém-nascido possa ter dificuldades de se adaptar em seus primeiros meses de vida com os animais domésticos. Como médico, vejo que é uma dúvida genuína e antiga, visto que é muito comum ouvirmos que “bicho e criança em casa não combinam”.
O fato é que não há o que temer. Diversos estudos demonstram uma série de benefícios dos animais domésticos na vida de todos que habitam a residência, incluindo os recém-nascidos. Um deles, realizado pela Universidade do Canadá, analisou 700 bebês e constatou que as crianças que mantiveram contato com animais domésticos desde a gestação têm menos chances de desenvolver crises alérgicas. Isso corrobora com outra pesquisa publicada pela revista americana Pediatrics, sugerindo que o contato com os animais eleva os níveis de imunoglobulina A, evitando a proliferação de vírus e bactérias, protegendo as crianças de doenças, principalmente as alérgicas.
Além disso, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o convívio com os animais diminui o risco de desenvolvimento de quadros de ansiedade, depressão, doenças cardiovasculares e ajuda na socialização com outras crianças.
Outro estudo, realizado pelo pesquisador Bill Hesselmar, da Universidade de Gothenburg (Suécia), envolveu dois grandes grupos de crianças (1.029 crianças de 7 e 8 anos de idade e 249 recém-nascidos de 9 meses) e concluiu que existe uma relação inversamente proporcional de aparecimento de quadros alérgicos com o número de animais domésticos que convivem com a criança. Quanto mais animais em casa, menor é o risco de desenvolvimento de alergias no primeiro ano de vida das crianças.
Principal benefício para os pequenos, um animal em casa é sem dúvidas sinônimo de aconchego, companhia diária e adaptação fisiológica. As carícias e até mesmo a troca de olhares entre os tutores e seus animais aumentam os níveis de ocitocina em ambos, fortalecendo cada mais a relação entre eles. Portanto, como pediatra, tranquilizo os pais ao afirmar que não é necessário excluir os bichinhos da vida dos pequenos. Afinal, todo carinho, amor e atenção é valioso na fase da infância.
Henrique Gomes
Pediatra da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, do Grupo Santa, da clínica PedCare e Gastrus Clinic

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