Vegana há 14 anos, a nutricionista Sheila Wehling quer mostrar que a alimentação livre de crueldade não só é saudável como consegue suprir todas as necessidades do corpo nos momentos mais desafiadores.
Em maio, ela vai realizar um antigo sonho: percorrer os cerca de 800 quilômetros do Caminho de Santiago de Compostela aprendendo e mostrando dicas de como fazer a peregrinação deixando os animais fora do prato e longe das roupas e acessórios usados na viagem.
Ao longo da jornada – que começa na França e termina na Galícia (Espanha), a nutricionista vai apresentar dicas nutricionais e compartilhar as experiências gastronômicas baseadas em plantas. Tudo será documentado e transformado no documentário “Uma Vegana no Caminho”, produzido por Sheila e seu parceiro nesta jornada, Arthur Rancatti.
Objetivo é mostrar possibilidades veganas
Segundo a nutricionista, a ideia de mostrar as possibilidades veganas do Caminho de Santiago de Compostela surgiu após conhecer pessoas que encontraram dificuldades em se alimentar sem ingredientes de origem animal ao longo da peregrinação.
“Com os alimentos que encontrar, quero oferecer opções saudáveis e nutritivas, que garantam a energia necessária para cumprir essa jornada de mais ou menos 35 dias com disposição e saúde”, explica.
Segundo Sheila, não é uma jornada fácil. Seja a pé ou de bicicleta, o Caminho de Santiago apresenta vários obstáculos que exigem condicionamento físico e emocional. Um dos primeiros desafios já começa no início da caminhada.
Documentário e campanha de financiamento coletivo
Após sair da cidade de Saint Jean Pied-de-Port, no sul da França, os peregrinos enfrentam subidas que podem chegar a 1.400 metros acima do nível do mar. E entre uma parada e outra, vastas áreas isoladas precisam de serenidade e resiliência para serem vencidas.
Para viabilizar parte do projeto, Sheila lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet. As cotas de apoio, que iniciam a partir de R$ 35, podem ser trocadas por e-books de receitas veganas, produtos de parceiros, participação nos créditos do documentário ou levar um workshop com a nutricionista para dentro da empresa. Para conhecer todas as possibilidades de apoio, clique aqui.
Sobre o Caminho de Santiago de Compostela
Os primeiros registros da peregrinação são dos anos 800 depois de Cristo. A incursão iniciou depois de notícias de que os restos mortais do apóstolo Tiago – um dos 12 seguidores de Jesus – foram encontrados na Galícia, Espanha. Atualmente, estão na cidade batizada de Santiago de Compostela, naquela região espanhola. Declarado como patrimônio da humanidade, o Caminho tem várias rotas. A mais conhecida começa no Sul da França.
Seja qual for a rota escolhida, Santiago de Compostela recebe milhares de peregrinos todos os anos. Por motivos religiosos ou não, o percurso atrai pessoas de todo mundo, de todas as idades, com diferentes propósitos.
Jornada irá além
No início da jornada, os peregrinos recebem uma credencial, que deve ser carimbada nas paradas oficiais ao longo do trajeto. Os carimbos atestam a passagem nas rotas oficiais e são necessários para que o peregrino receba a Compostela, um documento emitido no final da jornada, na cidade de Santiago.
No caso da nutricionista Sheila Wehling, a jornada ultrapassará Santiago e terminará na região de Finisterra, última etapa do Caminho, também na região espanhola da Galícia.