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INDÚSTRIA DA CARNE

Número de fazendas de criação de animais aumentou 13% nos últimos cinco anos no Reino Unido

Relatório de ONG mostra que essas fazendas não apenas matam os animais, mas prejudicam o meio ambiente e os seres humanos também

14 de maio de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: World Animal Protection

Mais de 200 fazendas industriais foram estabelecidas no Reino Unido em apenas cinco anos, criando o que os ativistas chamaram de “um inferno na terra” para mais 139 milhões de animais. O número de sistemas intensivos aumentou em 13%, com 209 unidades de suínos e aves intensivas adicionais, de acordo com um novo relatório que analisou as últimas estatísticas disponíveis.

Em 2017, havia 236 fazendas industriais de suínos no Reino Unido; até 2022, havia 268, um aumento de 32. No mesmo período, as fazendas industriais de aves aumentaram de 1.376 para 1.553, um aumento de 177.

No total, havia 1.821 fazendas intensivas. O governo afirmou que todas as fazendas são rigorosamente regulamentadas e inspecionadas.

Residentes em várias locais ao redor do mundo têm lutado contra planos nos últimos anos para abrir fazendas industriais perto deles, temendo a poluição do ar, terra e água devido ao escoamento, além de odores desagradáveis.

A ONG World Animal Protection, que compilou o relatório, disse que a expansão da pecuária industrial significa que a crueldade atingiu níveis recordes. Por isso, Lindsay Duncan, gerente de campanhas agrícolas da organização, pediu ao governo que pare de aprovar novas fazendas industriais.

Alguns especialistas já pediram anteriormente que bancos e o Fundo Monetário Internacional parem de investir na pecuária industrial para reduzir o risco de futuras pandemias.

O relatório, intitulado “Confinado na Crueldade: A Realidade Nua e Crua da Agricultura no Reino Unido”, descreve como a pecuária industrial prejudica o meio ambiente ao utilizar grandes quantidades de ração, água, energia e medicamentos, além de causar altos níveis de poluição do ar, água e solo.

O documento alerta que as fazendas intensivas impulsionam a crise climática através do desmatamento. “O Reino Unido importou £3,3 bilhões de libras em ração animal em 2022 e é um grande contribuinte para o desmatamento da Amazônia, Cerrado e outras regiões ricas em biodiversidade, para produzir rações à base de grãos e soja”, diz o relatório.

Fora os malefícios ao meio ambiente, o documento ainda afirma que os animais criados para crescer rapidamente ou produzir altos rendimentos sofrem de claudicação, ossos enfraquecidos ou quebrados, infecções, falência de órgãos e dificuldades reprodutivas.

A Proteção Mundial dos Animais estima que até o ano passado havia pelo menos 1,71 bilhão de animais em fazendas industriais no Reino Unido.

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