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Número de animais abandonados dobra durante as férias, no estado de São Paulo

3 de janeiro de 2010
4 min. de leitura
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A chegada das férias traz dois grandes problemas para os cães. Eles sofrem com o barulho da queima dos fogos de artifício na virada de ano e ainda correm o risco de serem abandonados por seus tutores. O número de cachorros deixados nas ruas do Grande ABC chega a dobrar nessa época, segundo entidades protetoras de animais.

A ONG (organização não governamental) Clube dos Vira-Latas, de Ribeirão Pires, que abriga cerca de 400 cachorros resgatados das ruas, chega a receber 20 telefonemas por dia na última quinzena do ano. Nos outros meses, o número de ligações cai pela metade, de acordo com a presidente e fundadora do grupo, Cida Lellis.

Coordenadora de projetos de defesa animal da Prefeitura de São Caetano, Andréa Brock tem recebido cerca de 30 emails sobre abandono e fugas de animais toda semana. No resto do ano, o número de mensagens semanais não passa de dez.

Andréa resgatou um cão no canteiro central da Via Anchieta, em São Bernardo, à 1h de 1° de janeiro. Ontem, ela levou o bicho a uma clínica veterinária. “O bichinho andava de um lado para o outro, com cara de assustado. Aparentemente, ele está bem cuidado. Deve estar perdido”, disse Andréa.

Ontem à tarde, um cachorro atropelado foi encontrado na Estrada da Cooperativa, em Ribeirão Pires, por Cida. “Nessa época do ano o número de cães abandonados aumenta muito e, por consequência, também crescem os casos de animais acidentados”, afirma a presidente do Clube dos Vira-Latas. A entidade possui veterinário e um centro cirúrgico.

“Infelizmente ainda não conseguimos resolver esse problema do abandono. São tutores irresponsáveis que, em vez de procurar um hotel de animais ou um parente que fique com o cachorro durante as férias de fim de ano, abandonam o animal”, avalia Rosicler Cítero Baldassin, delegada da UIPA (União Internacional Protetora dos Animais).

As principais apostas de entidades ligadas a proteção de animais para diminuir o abandono de cães é a conscientização dos tutores para a chamada “guarda responsável” e a castração. “As pessoas têm que ter consciência de que aquele animal é sua responsabilidade. Não é um brinquedo, é um companheiro”, afirma Cida Lellis, presidente do Clube do Vira-Lata.

Antes de autorizar a adoção de um dos cachorros da entidade, Cida avalia se os tutores têm condições de receber o animal em casa. “Algumas coisas não têm como mudar porque é uma questão de caráter”, opina Rosicler Cítero Baldassin, da UIPA (União Internacional Protetora dos Animais).

Informações

Denúncias sobre cães abandonados e informações sobre guarda de animais podem ser obtidas nos CCZs (Centro de Controle de Zoonoses) das cidades da região e nas páginas de entidades na internet. O Clube dos Vira-Latas pode ser visitado no site www.clubedosviralatas.org.br. Outro site que pode ser consultado é o do Gaama (Grupo de Apoio aos Animais Maltratados de São Bernardo), no endereço www.gama.com.br.

Em São Caetano, há a Apacs (Associação Protetora dos Animais de São Caetano do Sul), cujo site é www.apascs.org.br. Por fim, a página da UIPA (www.uipa.org.br) possui esclarecimentos sobre a guarda responsável de animais e um link para denúncia de maus-tratos.

Bombeiros e GCM levam três horas para resgatar pitbull

Moradores da Rua 23 de Maio, na Vila Tereza, em São Bernardo, se surpreenderam com um pit bull amarrado em um poste na noite do dia 30. O resgate do cão abandonado durou cerca de três horas e envolveu a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros.

“O cachorro estava amarrado com dois enforcadores e uma focinheira metálica que tinha até cadeado. A corrente era curta, e ele não podia nem se deitar”, conta o veterinário Reinaldo Alberto Perez, 59 anos, que foi chamado por um cliente para ver o cão por volta das 21h.

Um agente de trânsito que passava pelo local conseguiu afrouxar a corrente, o que permitiu que o bicho se deitasse na calçada. “Não posso afirmar que aquele pit bull era bravo ou se ele estava estressado. Dava para notar que ele estava fisicamente saudável”, diz o veterinário.

Um guarda-civil municipal conseguiu uma autorização do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) do município para que o animal fosse alojado. Os bombeiros, então, recolheram o cão, que já havia recebido uma injeção de sedativo do veterinário.

“Me espanta que, em plena véspera do Ano Novo, alguém seja capaz de fazer uma coisa dessas”, afirma Reinaldo, que tem 31 anos de experiência com medicina veterinária.

* Com informações de DGABC

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