O número de cães e gatos abandonados por seus tutores durante os períodos de férias escolares aumenta com relação aos demais períodos do ano. Os animais de grande porte são os que mais sofrem com este descaso. “As famílias vão viajar e, como não podem levar os cães ou não têm com quem deixá-los, acabam deixando-os na rua na expectativa de alguém cuidar deles ou de encontrá-los quando retornarem de férias”, lamenta a coordenadora do canil do Centro de Controle de Zoonoses de Santo André (SP), Andréa Sanpaio Bonatelli.
“Esta é uma atitude de quem não tem nenhum tipo de consciência do que está fazendo. Na primeira dificuldade abandonam o animal”, acredita a integrante da Uapa (União Andreense Protetora de Animais),Vilma Venâncio. O abandono é ainda maior nas férias de verão – entre dezembro e fevereiro -, mas é no mês de julho que os bichos mais sofrem. “Durante o inverno os animais que estavam acostumados a viver dentro de casa passam mais frio e fome, pois eles não sabem como procurar um abrigo e como encontrar comida”, explica a veterinária.
O CCZ de Santo André conta com capacidade para abrigar 30 animais recolhidos nas ruas da cidade. Entretanto, atualmente nenhuma vaga está disponível, pois o espaço está lotado. “Desde que foi sancionada a lei que proíbe o sacrifício de animais que não são doados, a quantidade de animais recolhidos diminuiu bastante. Temos de dar prioridade para os mais doentes e para os agressivos”, salienta a coordenadora do canil. Andréa salienta ainda que, assim que uma vaga é liberada – na maioria das vezes porque o animal foi doado para uma família – ela já é preenchida por outro bicho. A eutanásia só é feita em casos específicos, como quando o animal está muito doente e não é mais possível tratá-lo ou quando é muito agressivo.
Para a representante da União Andreense Protetora de Animais, a realização de feiras de adoções é importante, mas não resolve o problema. “Esses filhotes não deveriam nem ter nascido. Era preciso que os cães e gatos que vivem nas ruas fossem castrados para que a população destes animais não crescesse”, defende. Segundo ela, uma única fêmea canina pode ser responsável pelo nascimento de 67 mil animais em um período de seis anos.
Fonte: Repórter Diário