Uma notícia que mistura vitória e luto marcou a luta contra a exploração animal em Massachusetts, nos Estados Unidos. Após intensa mobilização de organizações de defesa dos animais, a Universidade de Massachusetts Amherst encerrou o laboratório da pesquisadora Agnes Lacreuse, conhecido por submeter saguis a experimentos brutais em nome de uma suposta pesquisa sobre menopausa.
Apesar do fechamento definitivo do espaço e do fim do financiamento para esses experimentos, o desfecho é devastador. Mais de 60 saguis que ainda estavam no local foram mortos. Eles não foram aposentados em santuários, mas sacrificados para que seus cérebros fossem analisados, destino já previsto nas propostas de financiamento da pesquisadora.
Durante anos, os animais foram privados de sono, imobilizados por horas, expostos a ruídos ensurdecedores, injetados com hormônios e submetidos a repetidas varreduras cerebrais. Em alguns casos, bolsas térmicas eram presas a seus corpos para simular ondas de calor. Todos esses procedimentos eram realizados para tentar replicar, de forma distorcida, sintomas da menopausa em humanos, sendo que saguis, por sua própria biologia, não passam por menopausa.
Especialistas apontam que tais experimentos eram não apenas cruéis, mas também cientificamente falhos. A fisiologia dos saguis difere profundamente da humana, tornando impossível extrair dados aplicáveis à saúde das mulheres. Enquanto isso, métodos éticos e eficazes de pesquisa, como estudos clínicos, tecnologias de órgãos-em-chip e exames avançados de imagem, já existem e produzem resultados reais sem causar sofrimento.
O fechamento do laboratório só foi possível graças a anos de protestos, campanhas de pressão e denúncias públicas conduzidas por organizações de defesa animal. Para os macacos, porém, a liberdade nunca chegou. A morte foi o único fim oferecido.
Esse episódio revela como práticas ultrapassadas de vivissecção continuam custando vidas inocentes em nome de uma ciência questionável. É também um lembrete de que a luta não termina com o fechamento de um único laboratório, já que ainda há inúmeros animais sofrendo em universidades e centros de pesquisa ao redor do mundo.
Os saguis mortos em Amherst não serão esquecidos. Seu sofrimento expõe a necessidade urgente de substituir experimentos cruéis por alternativas modernas e éticas. Cada voz que se manifestou contra esse laboratório ajudou a virar a maré, provando que a mobilização coletiva pode criar mudanças reais.
A vitória é amarga, mas carrega uma mensagem poderosa. Ciência verdadeira não se constrói com dor, e cada animal explorado em nome da pesquisa merece ser lembrado como um indivíduo, não como um número.
Fonte: Anita Carswell / IN DEFENSE OF ANIMALS