O conceito de População Mínima Viável que corresponde ao tamanho que uma população deve exibir para tenha uma certa probabilidade de persistência no futuro próximo, é uma ferramenta muito utilizada atualmente em Biologia da Conservação.
Num contexto em que os fundos disponíveis para a Conservação são limitados, os estudos de viabilidade populacional permitem fazer uma triagem entre as espécies mais ameaçadas de extinção, de modo a que se invistam todos os esforços naquelas que têm maior probabilidade de sobreviver porque é mais fácil fazer com que atinjam a dimensão standard da população mínima viável, que corresponde a 5000 indivíduos.
No entanto, uma equipe de cientistas americanos e ingleses publicou recentemente na revista Trends in Ecology and Evolution um artigo em que defende que a abordagem da População Mínima Viável não é válida.
Segundo os investigadores da Universidade de Durham, do US Forest, da Universidade de Wyoming e da Universidade da Califórnia não existe um número que defina a dimensão standard da população mínima viável porque esta varia muito entre espécies e mesmo dentro da mesma espécie de acordo com a situação.
Segundo os autores, o que determina o sucesso da Conservação de uma espécie, e o que deve portanto ser objetivo das ações conservacionistas, é a eliminação das ameaças que causaram a redução da população.
O trabalho renova as esperanças da Conservação de espécies que, como o Gorila-da-montanha e o tigre, cujas populações estão longe de serem compostas pelos 5000 que foram definidos no passado como População Mínima Viável.
Segundo Greg Hayward “Há muto trabalho a fazer para travar o impacto da caça, da perda de presas e da destruição de habitat. No entanto, se esses esforços forem bem sucedidos, o tigre pode ser ainda capaz de recuperar, apesar do tamanho relativamente pequeno da maioria das populações”.
Por outro lado, os autores alertam que caso as ameaças não sejam anuladas, não há tamanho da população que garanta a salvação da extinção.
Fonte: Naturlink