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EXPLORAÇÃO

Novo estudo destaca as consequências ambientais da pecuária no Brasil

24 de setembro de 2021
Milena Barbosa | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Blog Canal Rural

A Fundação Heinrich Böll, o Meat Atlas 2021, aponta, em seu novo estudo, as graves consequências ambientais da produção de carne no Brasil. O trabalho não é apenas sobre o Brasil e informa que entre 70% e 80% de todas as importações de carne para a União Europeia são provenientes do Mercosul. “A carne já é um dos principais motores do desmatamento. Na Amazônia, os animais pastam em 63% de todas as terras desmatadas. Metade dos produtos agrícolas enviados do Brasil para a UE pode ser rastreada até regiões desmatadas”, frisa o portal Vegazeta. 

Além disso, o estudo aponta que as exportações de produtos de origem animal devem aumentar. “Previsões semelhantes foram feitas para a soja usada principalmente como ração para a indústria de carne europeia. O Brasil é o maior exportador mundial de soja”, consta no Meat Atlas 2021, através do portal vegazeta.

Ainda segundo o portal Vegazeta, a Avaliação de Impacto de Sustentabilidade prevê que as importações de soja e sementes oleaginosas do Mercosul destinadas à ração animal podem subir até 5,9%, com graves consequências ecológicas. Vale ressaltar, que quase dois terços dos pesticidas comercializados no Brasil são aplicados no cultivo da soja e de cana-de-açúcar.

“Um acordo com a UE eliminaria tarifas sobre agrotóxicos importados pelo Mercosul, que chegam agora a 14%. O comércio de pesticidas seria fortalecido em benefício da indústria química europeia e principalmente alemã”, aponta a pesquisa, através do portal Vegazeta. 

Além disso, a pesquisa informa que, em 2019, o Brasil exportou quantidades recordes de carne de aves e suínos para a China, em consequência da peste suína africana que atingiu parte do continente asiático. Essa mesma indústria brasileira foi negligente por não evitar um cenário em que milhares de trabalhadores foram infectados com a Covid-19 em 2020.

“Dezenas morreram no início da primeira onda da pandemia. Plantas avícolas pertencentes às maiores empresas de carnes do mundo, como JBS e BRF, foram criticadas por se recusarem a fornecer aos seus trabalhadores o equipamento necessário para protegê-los”, cita o Meat Atlas, através do portal Vegazeta. 

Em complemento, Meat Atlas acrescenta que, somente no Mato Grosso do Sul, um quarto dos trabalhadores em um matadouros da JBS testaram positivo para o vírus. A pesquisa ressalta que a grande parte da carne que entra no comércio internacional vem do Brasil, o maior exportador de carne bovina do mundo. 

De acordo com o portal Vegazeta, a Fundação Heinrich Böll destaca que o objetivo do Meat Atlas 2021 é apoiar todos aqueles que buscam justiça climática, soberania alimentar e querem proteger a natureza. “É um trabalho feito por muitos para lançar luz sobre os problemas decorrentes da produção industrial de carne. O consumo mundial de carne mais do que dobrou nos últimos 20 anos, chegando a 320 milhões de toneladas em 2018.”

“Há oito anos, publicamos o primeiro Meat Atlas. Desde então, muita coisa mudou na Europa e no mundo todo. A carne tornou-se um problema crítico na sociedade. É claro que muitos, especialmente jovens, não querem mais aceitar os danos com fins lucrativos causados pela indústria da carne e estão cada vez mais interessados e comprometidos com a questão do clima, sustentabilidade, bem-estar animal e soberania alimentar.” declara Meat Atlas, através do portal Vegazeta. 

A ONU (Organização das Nações Unidas) prevê que até 2050 a população mundial será de 9,7 bilhões de pessoas. O que esperar do volume atual de produção de alimentos de origem animal, que já é alarmante para o meio ambiente? Não há outra solução, a não ser uma mudança no atual sistema alimentar global. Por isso, muitas pessoas hoje reconhecem a importância de abdicar do consumo de alimentos de origem animal pensando também no futuro do planeta e das próximas gerações.

 

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