Faltam apenas três anos para que os piores efeitos das mudanças climáticas se tornem irreversíveis, segundo um novo relatório divulgado por cientistas do Instituto do Clima de Washington (Climate Institute). O estudo, que tem gerado ampla repercussão global, alerta que o planeta está perigosamente próximo de ultrapassar o limite de 1,5°C de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais, o que pode levar a um cenário de colapso climático em escala planetária.
De acordo com os pesquisadores, já em 2028 o mundo pode enfrentar impactos severos e generalizados, como ondas de calor cada vez mais extremas, colheitas destruídas, escassez de água, elevação acelerada do nível do mar e eventos climáticos imprevisíveis, como tempestades e inundações devastadoras. O relatório também destaca que nenhuma região será poupada, incluindo países que historicamente contribuíram menos para o aquecimento global.
Além das consequências diretas sobre populações humanas, o colapso climático representa uma ameaça existencial para os ecossistemas e para bilhões de animais não humanos que já sofrem com a destruição de seus habitats naturais, incêndios florestais, acidificação dos oceanos, desertificação e migrações forçadas. A crise climática não é apenas um problema ambiental ou econômico, é também uma emergência ética e moral, pois impõe sofrimento e morte a seres vivos sencientes, que não contribuíram em nada para sua origem.
O relatório aponta que ainda é possível mitigar parte dos danos, mas para isso é urgente uma redução drástica e imediata nas emissões globais de gases de efeito estufa. Isso inclui abandonar o uso de combustíveis fósseis, reduzir o desmatamento e repensar modelos de produção e consumo, especialmente os baseados na exploração animal, que respondem por uma parcela significativa das emissões globais. A indústria da pecuária, por exemplo, é uma das maiores responsáveis pela emissão de metano, gás de efeito estufa muito mais potente que o dióxido de carbono.
O documento também cobra responsabilidade política e ação coordenada de governos, empresas e cidadãos. A inação diante das evidências científicas representa não apenas negligência com o futuro, mas uma violência direta contra milhões de vidas humanas e não humanas. As próximas decisões determinarão se teremos um futuro habitável ou um planeta em colapso.
A mensagem dos cientistas é clara: o tempo está se esgotando. Ainda há escolhas possíveis, mas elas exigem coragem, compaixão e ruptura com os padrões que nos trouxeram até aqui. Em um mundo interligado, salvar o planeta é salvar todos os que nele vivem.