Mais de 1.100 lebres foram registradas morrendo de novo “coquetel viral” desde 2018, enquanto o medo que forma do vírus Myxomatosis foi transmitido de coelhos cresce.
Pessoas estão sendo pedidas para relatar lebres morrendo ou mortas para cientistas que estão buscando descobrir a causa de tantas mortes inexplicadas na população de lebres, com um ápice da doença ocorrendo cada outono.
Diana Bell, uma professora de biologia da conservação na Universidade de East Anglia, disse que um “coquetel viral” de um grande número de novas doenças letais estava extinguindo a população de lebres na Grã-Bretanha e Irlanda. Essa extinção também está sendo causada por outros fatores, incluindo caça ilegal de lebres e perdas de habitats.
A lebre marrom inspirou um rico folclore e poesia desde a chegada na Grã-Bretanha em períodos romanos ou antecessores, mas seus números caíram em um estimado 80% desde o último século.
Alguma lebres foram relatadas com olhos fechados e cabeças inchadas – sintomas similares ao da doença Myxomatosis, que teve sua primeira epidemia na Grã-Bretanha em 1953 e reduziu drasticamente a população de coelhos – mas algumas outras estão morrendo com pupilas dilatadas e olhos bem abertos.
“Nós estamos desesperados em conseguir mais corpos para patologistas veterinários testarem”, disse Bell, que está pedindo às pessoas que encontrarem lebres mortas para reportá-las via e-mail. “Muitos casos parecem Myxomatosis, mas ainda não sabemos exatamente como essa doença se manifestará em lebres.”
De acordo com Bell, a maioria das lebres morrem sem visão, e apesar de fotografias de lebres mortas serem úteis para pesquisadores, o que cientistas realmente requerem são os corpos frescos de lebres que foram atingidas por essas misteriosas doenças para que um pós-morte preciso possa ser realizado.
Muitas lebres na Grã-Bretanha também aparentam estar morrendo de uma versão do vírus da doença hemorrágica do coelho tipo 2 (RDHV2), que está dizimando a população de coelhos selvagens desde que emergiu de fazendas comerciais de coelhos no norte da França em 2010.
Os primeiros casos de lebres morrendo de RHDV2 na Grã-Bretanha foram confirmados em 2019, mas Bell acredita que outro vírus Myxoma está atacando os animais também. Das 1100 lebres mortas que ela registrou, mais de 250 delas estavam sofrendo o que parecia ser Myxomatosis.
Na França, espécimes de lebre marrom foram encontradas infectadas por tanto RHDV2 quanto outro vírus conhecido como o Vírus Europeu da síndrome da lebre marrom.
Na Espanha e Portugal, lebres-ibéricas foram encontradas com os sintomas de Myxomatosis e diagnosticadas com um novo vírus Myxoma mortal, chamado MYXV Toledo.
Bell disse que houve uma proliferação de vírus perigosos emergindo de mercados de animais vivos e de fazendas industriais de espécies selvagens, que podem potencialmente contaminar outras espécies e, finalmente, humanos. Uma nova cepa de gripe aviária foi encontrada esse ano em trabalhadores avícolas na Rússia.
“Parece ‘bater em uma topeira’”, disse Bell. “Criar cepas domésticas de uma espécie selvagem permite a evolução desses vírus desagradáveis, e então, um novo vírus contamina uma população selvagem.
“O que a pandemia do coronavírus mostrou é quão pouco nós sabemos sobre doenças que já estão presentes na nossa vida selvagem”