Uma pesquisa feita pelo Datafolha a pedido do instituto WWF Brasil, apontou que a maior parte dos brasileiros é contra a liberação da caça no Brasil.
O estudo também mostra que os brasileiros rejeitam candidatos que apoiam esta medida. As informações são da Globo News.
Porém, o número de armas com registro no CAC (Colecionador, atirador esportivo e Caçador) têm crescido no país.
Existem hoje 12 projetos de lei que tentam derrubar a proibição. A caça no Brasil é ilegal desde a década de 60.
A opinião dos brasileiros vai contra a atuação do Congresso, onde existem projetos de lei como o PL 5544/2020, que dispõe sobre a autorização para a caça de animais no território nacional. O projeto aguarda a criação de uma comissão especial designada pela Mesa Diretora do Congresso Nacional. A pressão da sociedade segue intensa para coibir sua aprovação.
A pesquisa apontou que 90% dos entrevistados não concordam com a liberação e apenas 9% aprovam a legalização. 1% não soube responder. Veja os números:
Outro dado interessante é que 92% das pessoas que rejeitam candidatos favoráveis à liberação da caça são mulheres. E 93 % dos que são contra a liberação da medida, vivem nas regiões metropolitanas.
Apesar de tudo, em 4 anos, o número de registros de armas CACs quase que triplicou no Brasil. O aumento foi de 187 %. Somente na região amazônica, o aumento foi de 700%. Os dados são oficiais, divulgados pelo exército, em Julho de 2022. Veja:
“Todos sofremos com a grande circulação de armas. Mães perdem seus filhos em brigas de trânsito, vizinhos se matam entre si por bobagens, apenas porque um teve acesso facilitado a uma arma de fogo”, afirma Raul do Valle, coordenador de Incidência política do WWF-Brasil. “Estamos vendo, chocados, um aumento nos casos em que pais de família matam esposa, filhos, parentes e depois se matam. O aumento na circulação de armas em nossa sociedade é uma tragédia e só tende a piorar se as coisas não mudarem”.
A crueldade aos animais
Diariamente a ANDA noticia casos de assassinato de animais em todo país, muitos deles com armas legalizadas, o que mostra que mesmo proibida, a caça segue acontecendo no país e o incentivo ao porte de armas praticado inclusive por políticos, está aumentando alarmantemente o número de assassinatos a animais no Brasil. Além dos animais silvestres, a prática de caça também causa maus-tratos aos animais domésticos, utilizados como objetos a este fim.
“Muitos caçadores deixam os cães vários dias sem alimentação suficiente e os estimulam a ser mais agressivos. Por isso, caçam a presa impiedosamente”, explica Gabriela Moreira, coordenadora do Projeto Pró-Espécies no WWF-Brasil. “Sem falar que caçadores podem colocar em risco nossa fauna, atingindo animais que estão sob o risco de extinção ou fêmeas com seus filhotes. Quem vai se responsabilizar por esse risco?”, pergunta.
Entre as espécies ameaçadas que costumam ser alvo de caçadores estão a arara-azul, o tatu-bola, o mico-leão-dourado e o boto-cor-de-rosa.
A liberação da prática, além de ser um crime aos animais, podendo levá-los à extinção, poderá causar uma devastação ambiental terrível, trazendo inúmeros danos ao meio ambiente, às populações indígenas e, consequentemente, à toda sociedade. Além do risco de aumentar a violência no país.
A pesquisa
A pesquisa ouviu 2088 brasileiros com 16 anos ou mais de todos os estratos socioeconômicos de 5 a 8 de julho de 2022, margem de erro máxima de 2 pontos percentuais, uma amostragem que espelha a demografia do país segundo os mais recentes dados disponíveis do IBGE.
Com informações de: EcoDebate