Recentemente, a equipe do Alaqua Animal Refuge (AAR) recebeu uma mensagem angustiante como nunca havia visto antes. A ONG de resgate, sediada na Flórida (EUA), está acostumado a salvar animais de situações terríveis, mas as imagens de nove poodles em estado lastimável, resgatados de um criador, chocaram a todos.

“O nível de negligência foi chocante, mesmo para nós”, disse Laurie Hood, fundadora e CEO do AAR, ao The Dodo. “A pelagem deles estava tão embolada que alguns mal conseguiam se mover… era claro que eles vinham sofrendo em silêncio há muito tempo.”

A equipe do AAR correu para ajudar os cães, levando-os diretamente para sua clínica veterinária. Após garantir que os animais estavam saudáveis o suficiente para receber anestesia geral, a equipe veterinária iniciou a tarefa trabalhosa e minuciosa de tosar a pelagem dos cães, desembolando mecha por mecha.

“Nossa dedicada equipe médica levou um dia inteiro para tosar apenas… dois cães”, escreveu o AAR no Facebook. “Cada um deles carregava entre 2,7 a 3,6 quilos de nós dolorosos, o que representa mais de 10% do peso corporal deles.”

Seaside e Topsail foram os dois primeiros cães a serem tosados, e o alívio deles era evidente. Enquanto a equipe trabalhava nos outros sete cães, Seaside e Topsail aproveitaram seus primeiros momentos de liberdade sem a pelagem que os aprisionava.

Horas depois, todos os nove cães estavam completamente tosados e transformados. Juntos, eles perderam 23,3 quilos de pelos embolados e ganharam uma nova confiança para a vida.

“Assim que os nós pesados foram removidos, você podia ver uma mudança neles. Alguns começaram a abanar o rabo imediatamente, enquanto outros saíram correndo, como se estivessem percebendo pela primeira vez que podiam se esticar e caminhar sem dor”, contou Hood. “Um dos cães… pareceu um pouco envergonhado no início, quase como se não soubesse o que fazer com seu novo visual sem pelos. Mas, em minutos, ele estava rolando no chão, sacudindo o passado e claramente percebendo o quão bom era finalmente estar livre daquele peso e desconforto.”

Os cães, chamados Alys, Seaside, Henderson, Rosemary, Topsail, Blue Mountain, Dune Allen, Watercolor e Grayton, ficaram quase irreconhecíveis após suas transformações. A equipe de resgate ficou emocionada ao vê-los correr e brincar juntos, aproveitando sua nova liberdade.

“Foi um processo emocional, não apenas para os cães, mas para toda a nossa equipe”, afirmou Hood. “O alívio que eles devem ter sentido é imensurável, e ver eles darem os primeiros passos confortáveis foi incrivelmente gratificante.”

Os cães, agora tosados, tiveram sua primeira noite de sono confortável em meses, enquanto a equipe do resgate trabalhava para encontrar lares temporários ideais para eles. Não demorou muito para que todos os nove cães fossem acolhidos por famílias temporárias perfeitas, e logo eles descobriram como é ter um lar cheio de amor.

Quatro meses após o resgate, todos os nove poodles foram oficialmente adotados, como a equipe do AAR esperava.

A história dos poodles, embora triste no início, é um sucesso. Ela serve como um farol de esperança para a equipe do AAR, que continua sua missão de salvar animais negligenciados e educar o público.

“A criação de animais e as ‘fábricas de filhotes’ continuam colocando o lucro acima do bem-estar animal, levando a casos de negligência devastadores como o que esses poodles enfrentaram”, disse Hood. “Além do resgate, defendemos leis mais rigorosas de proteção animal, educamos o público sobre a adoção responsável de animais domésticos e oferecemos um santuário para animais que não têm para onde ir.”

Enquanto a equipe do AAR continua salvando animais, eles são constantemente lembrados do grupo de poodles e de sua incrível resiliência. Embora desejem que os cães nunca tivessem passado por negligência, a equipe do AAR se sente honrada por ter sido capaz de mudar a vida deles.

“Depois de tudo o que eles passaram, agora estão prosperando como animais amados”, disse Hood. “A transformação deles, de negligenciados e assustados para felizes e amados, é exatamente o motivo pelo qual fazemos esse trabalho.”