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ENCALHES

Nove baleias-jubarte são encontradas mortas em 2021 em Santa Catarina

As causas das mortes das baleias ainda são desconhecidas, mas os casos são investigados por especialistas

19 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Baleia-jubarte encontrada morta em abril em SC (Foto: Arquivo Prefeitura de Laguna)

Nove baleias-jubarte foram encontradas mortas em Santa Catarina neste ano. Os dados levantados pela Associação R3 Animal, de Florianópolis, dizem respeito aos encalhes de baleias mortas registrados até o dia 17 de junho.

De acordo com a médica veterinária e presidente da entidade, Cristiane Kolesnikovas, as causas das mortes ainda são desconhecidas. A última a morrer, no entanto, foi encontrada presa ao cabo de uma rede, ao qual ficou aprisionada por cinco dias. Na última quarta-feira (16), o corpo dela foi enterrado.

“As baleias-jubarte normalmente migram para mais longe do nosso estado e vão para o Banco de Abrolhos, entre Espírito Santo e Bahia. Os indivíduos juvenis é que estão morrendo no nosso litoral e também se enredando. Então, este ano está bem atípico. Em 2015 e 2016, tivemos mortalidade alta de baleias jubarte também e este ano temos ainda muitas avistagens de animais vivos”, afirmou a veterinária ao Notícia na Manhã.

Terceira baleia encontrada sem vida em menos de uma semana, o animal enterrado na quarta-feira apareceu morto na noite anterior na Praia dos Açores, ao Sul da Ilha de Florianópolis. Encontrado em estado avançado de decomposição, ele foi enterrado entre as praias do Pântano do Sul e da Solidão.

Em abril, uma das baleias foi submetida à necrópsia, mas o exame não apontou evidências que indicassem a causa da morte. Os profissionais da R3 Animal ainda aguardam resultados das análises laboratoriais.

“As baleias enredadas, em muitos casos, têm dificuldade de natação. Outras, como a da Praia da Solidão, ficam presas e morrem, a gente chama de, asfixiadas. Os animais marinhos quando mergulham já têm o reflexo de travar a respiração e quando não conseguem subir à superfície por algum motivo, pode ser por enredamento, travam a respiração e morrem asfixiadas. Elas dificilmente aspiram a água “, comentou Cristiane.

Jogadas no mar, as chamadas “redes fantasmas” vitimam animais no mundo inteiro, assim como ocorreu com a baleia que ficou presa ao cabo de uma dessas redes durante cinco dias.

“Quando nós a avistamos pela primeira vez, estava a 1 km da costa e imaginávamos que no dia seguinte ia parar na praia e a gente só pode fazer necropsia com o animal na praia, na água é impossível, por questão de segurança. Nós estávamos esperando esse animal encalhar”, relatou a presidente da instituição, que relatou ainda o enterro do animal, ocorrido na quarta-feira após o encalhe e realizado com auxílio da prefeitura.

Para auxiliar os animais marinhos debilitados que forem encontrados no litoral de Santa Catarina ou solicitar a remoção do corpo de um animal morto, a população deve recorrer ao Projeto de Monitoramento de Praias através do telefone 0800 642 3341.

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