O Governo neozelandês decidiu ponderar levar o Japão e a caça à baleia ao Tribunal Internacional de Justiça, depois do fracasso das negociações da Comissão Baleeira Internacional (CBI) esta semana em Agadir, Marrocos.
A Nova Zelândia pode, assim, juntar-se à Austrália, país que anunciou no final de maio que iria levar o Japão ao Tribunal de Haia.
“Tendo em conta o fracasso das negociações em Marrocos, vamos agora ponderar apresentar um processo junto do Tribunal Internacional de Justiça”, declarou ontem em comunicado Murray McCully, ministro neozelandês dos Negócios Estrangeiros. “Prevejo que a decisão seja tomada muito em breve”, adiantou, sublinhando a sua “decepção” com o beco sem saída a que chegaram as negociações.
Um dos maiores objetivos da delegação neozelandesa era conseguir um “acordo sobre o fim da caça à baleia nas águas da Antártida o mais depressa possível”, explicou. Ainda assim, acrescentou, mesmo que o processo a decorrer na CBI não avance este ano, a Nova Zelândia vai “continuar a usar todos os meios disponíveis para alcançar o nosso objetivo”.
A Austrália decidiu levar o Japão ao Tribunal de Haia porque, diz, está a caçar baleias na Antártida em nome da investigação científica.
Todos os anos, o Japão caça centenas de baleias em nome da “investigação científica”, uma exceção prevista na moratória da CBI à caça comercial, em vigor desde 1986. Em 2008/2009, as embarcações japonesas mataram 1.003 baleias, ou 52% das 1.929 caçadas em todo o mundo. O número para a época de caça de 2009/2010, é de 850 baleias-anãs e 50 baleias-comuns. A Austrália e a Nova Zelândia anunciaram em janeiro uma expedição para demonstrar que é possível estudar baleias sem as matar.
Ecologista contra a caça à baleia colocado na lista da Interpol a pedido do Japão
Foi hoje revelado que a Interpol colocou o responsável pela organização Sea Shepherd numa lista internacional de homens procurados, a pedido do Japão.
A Guarda Costeira japonesa afirma que a Interpol aceitou listar o canadense Paul Watson por este, alegadamente, conspirar para danificar os navios baleeiros que fizeram parte da frota japonesa no início deste ano.
Outro ativista desta organização – que todos os anos tenta dificultar a caça à baleia, perseguindo a frota japonesa -, Peter Bethune, está a ser julgado em Tóquio por invadir propriedade alheia, neste caso, um navio baleeiro japonês.
Fonte: Público