O complexo portuário mais movimentado do mundo está localizado nas águas do sul da Califórnia. O local também é lar de muitas baleias azuis, baleias jubarte e golfinhos. Em 2018 e 2019, o maior número de mortes de baleias já registradas para a área ocorreu no canal de Santa Barbara. Embora o número oficial seja de 21 nesses dois anos, os especialistas preveem que o número real é muito maior. Isso ocorre porque os corpos das baleias muitas vezes afundam no fundo do oceano após sua morte.
Pensando na redução do número de mortes nas baleias, uma equipe de pesquisadores da University of California, da University of Washington, da Benioff Ocean Initiative, do Woods Hole Oceanographic Institution e da National Oceanographic and Atmospheric Administration, trabalharam juntos para desenvolver uma tecnologia que busca proteger as baleias que nadam nas movimentadas águas do sul da Califórnia contra colisões de navios.
Chamado Whale Safe, o novo sistema detecta e fornece aos navegantes informações atualizadas sobre as baleias presentes nas rotas de navegação. A tecnologia inclui um mapa quase em tempo real do paradeiro da baleia e prevê a probabilidade de um navio encontrar uma.
O sistema inclui um microfone subaquático, que escuta o canto das baleias no canal Santa Bárbara. Depois de identificar a qual espécie o canto pertence, ele comunica os dados a um satélite. Também inclui um aplicativo para smartphone, que registra a presença das baleias.
Para isso, é usado informações de estudos de marcação de baleias azuis e dados oceanográficos, no qual um modelo matemático também prevê onde as baleias azuis provavelmente estarão nadando.
Prevenção de riscos é antiga
Não é a primeira vez que estudos são realizados buscando a proteção das baleias. Em 2007, foi introduzida uma zona voluntária de redução de velocidade, com limite de velocidade de 10 nós. Quanto mais devagar os navios viajam, mais chances eles têm de evitar uma colisão com as baleias.
Segundo Doug McCauley, diretor do Benioff Ocean Initiative, a lógica é a mesma aplicada em relação a velocidade próxima a áreas escolares. Em entrevista à revista Smithsonian Magazine, o diretor explicou que as baleias são como ‘crianças gigantes’ e que elas estão empenhadas em se alimentar e socializar, não consegue preocupar-se se há proximidade com embarcações, que está tarefa cabe aos humanos.
McCauley ainda acrescenta: “Pedimos aos carros que diminuam a velocidade nas escolas para manter as crianças seguras, e essas restrições de velocidade para as baleias são a mesma ideia”.
O Whale Safe também será responsável por monitorar quais navios estão aderindo às restrições de velocidade voluntárias e os avaliará com base em seu desempenho.
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