Um novo sistema projetado por um pós-graduando da Imperial College London e do Royal College of Art (RCA) visa desafiar a percepção de que a remoção de plásticos dos oceanos é muito onerosa ou inviável. O projeto de Robert Edwin Rouse, Remora, é um sistema híbrido de turbo-máquinas para recuperar e prevenir a poluição dos plásticos oceânicos, fornecendo energia e propulsão marinha e, simultaneamente, removendo os micro plásticos da água.
“As soluções que foram oferecidas, que foram consideradas com custo proibitivo, não têm a escala necessária para resolver o problema. A escala é enorme, existe uma grande quantidade de plástico”, disse Rouse à Reuters.
O grupo ambientalista Greenpeace disse que a poluição plástica é uma das maiores ameaças enfrentada pelos oceanos e, quanto menor a partícula de plástico, mais perigo representa para todo o ecossistema oceânico. Resíduos de plástico foram descobertos se espalhando nos oceanos do Norte para os pólos do Sul e em torno das ilhas remotas do Pacífico, informa o The Weather Network.
Ao combinar dois fluxos de tecnologia, a Remora filtra e remove a poluição plástica do oceano ao mesmo tempo em que fornece energia ou propulsão marinha, dependendo se a variante implantada é o gerador estático ou o propulsor dinâmico.
“A unidade Remora vem em duas variantes diferentes – a primeira é uma unidade de geração de energia que inclui uma turbina marinha com mecanismo de filtragem e a outra é uma unidade de propulsão marinha que pode ser montada em navios e fornecer impulso, assim como a filtragem do plástico oceânico”, explicou Rouse.
Segundo ele, a Remora pode ser implantada em uma escala global, minimizando o custo da limpeza da poluição oceânica. Além disso, isso gera danos colaterais mínimos para a vida marinha.
“O sistema foi projetado para lidar com plásticos menores, portanto, embora não manipule uma sacola de plástico, você pode reconfigurar o layout para lidar com uma variedade de tamanhos diferentes, como qualquer coisa que varie de 20 milímetros a um milímetro de partículas de plástico”, acrescentou.
O plâncton, que é inevitavelmente capturado pelo processo de filtragem, pode ser isolado das partículas de plástico e devolvido ao oceano.
De linhas de pesca a chinelos de dedo, existem mais de cinco trilhões de peças de plástico flutuando nos oceanos do mundo, de acordo com um estudo de 2014 publicado em uma revista da Public Library of Science. Uma instituição de caridade baseada no Reino Unido, a Ellen MacArthur Foundation, diz que, caso a medida seja feita por peso, o oceano pode ter mais plástico do que peixes até 2050.
O plástico se degrada ao longo do tempo em minúsculas partículas conhecidas como microplásticos que podem ser ingeridas por animais marinhos, juntamente com microesferas de plástico usadas em produtos de higiene pessoal e outros produtos domésticos, prejudicando a cadeia alimentar e o meio ambiente.