Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Os leões da África estão em apuros.
As populações dos que já foram considerados “reis da selva” declinaram no continente em cerca de 50 por cento desde os anos 90, para aproximadamente 20.000 indivíduos, e esses números devem ser reduzidos novamente pela metade nas próximas duas décadas devido à destruição do habitat, à caça e outras ameaças.
Portanto, a descoberta de uma “população perdida” de leões em um parque remoto da Etiópia foi uma notícia muito bem recebida por todos os que se preocupam com esses felinos. As informações são do Take Part.
Pesquisadores colocaram câmeras na região noroeste do países e capturaram as primeiras fotos dos leões no Parque Nacional Alatash, uma área de 1.600 km² que faz fronteira com o Sudão.
Uma expedição feita pela Born Free Foundation em conjunto com uma unidade de pesquisa e preservação de vida selvagem da Universidade de Oxford foi a primeira a confirmar relatórios locais de que os leões vivem pela região.
“Em um contexto de números diminuindo e extirpação local em vários países, essa é uma ocasião rara”, disse Hans Bauer, um conservacionista da Universidade de Oxford, que liderou a expedição. “Pode não ser algo de grande novidade científica, mas os cientistas que estudam leões não vêm celebrando boas notícias muito frequentemente”.
Bauer afirma que o afastamento do parque da presença humana, quase inexistente no local, permitiu que esses leões sobrevivessem. Leões em outras partes da Etiópia devem competir por espaço com as populações humanas, atualmente somando 96 milhões de pessoas e crescendo em 2 mihões a cada ano.
“Felizmente, essa área não é densamente povoada, então a população de leões será uma das mais seguras da Etiópia”, disse Bauer.
A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) designou a região de Alatash como uma “faixa possível” para os leões, e as descobertas estendem a área de abrangência conhecida para a espécie.
Os pesquisadores acreditam que haja leões vivendo também nas adjacências do Parque Nacional Dinder no Sudão, onde já se dizia que eles estariam localmente extintos. Por causa dos desafios logísticos, a equipe não pode instalar câmeras no Sudão ou rastrear animais ao longo da fronteira, porém os dois parques são parte de um ecossistema contíguo.
“Leões não conhecem fronteiras administrativas”, lembrou Bauer, acrescentando que guardas de ambos os lados da fronteira confirmaram avistamentos desses animais. Cerca de 200 leões podem estar vivendo na extensão dos 6 mil km² do complexo do parque, segundo os pesquisadores.
Agora que se sabe que os leões habitam a região, o próximo passo é certificar de que a espécie ameaçada esteja protegida em Alatash e Dinder.
Com o devido suporte, a nova população poderá ser bem gerenciada, disse Bauer. Ele citou programas similares estabelecidos entre o grupo Born Free USA e a Ethiopian Wildlife Conservation Authority para proteger os leões, lobos e guepardos.
“Com números em acentuado declínio na maior parte do continente africano, a descoberta das previamente supostas populações é imensamente importante – especialmente na Etiópia, cujo governo é um significativo aliado de preservação”, afirmou Adam Roberts, CEO da Born Free, em um comunicado. “Nós precisamos fazer tudo o que pudermos para proteger esses animais e o ecossistema do qual eles dependem, assim como todos os outros leões remanescentes da África, para reverter o risco de extinção e assegurar o seu futuro”.
Para enviar uma carta ao congresso americano pedindo proteção aos leões africanos, clique aqui.