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Notícia sobre cão que guardou túmulo de tutora no RJ é falsa

18 de janeiro de 2011
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Leão (ou John) e seu tutor (Foto: Reprodução/Diário de Teresópolis)

As tragédias na região serrana do Rio de Janeiro (RJ) mobilizaram o país por meio das imagens disseminadas pela imprensa. Entre as mais comoventes, a história do cão Caramelo que, desamparado diante da morte de sua tutora, guardou seu túmulo em um cemitério de Teresópolis, por dois dias seguidos. No entanto, a notícia é falsa.

Segundo relato do jornalista Anderson Duarte, do Diário de Teresópolis, ao Portal IMPRENSA, a história de Caramelo não passa de um mal-entendido. Trata-se de dois cachorros parecidos.

O que aparece deitado ao lado do túmulo de Cristina Maria Cesário Santana, sua suposta tutora, na verdade é Leão, e é cuidado, há mais de um ano, por Rodolfo Júnior, voluntário que atua no trabalho de escavação do cemitério de  Carlinda Berlim.

“Isso é coisa de repórter que precisava chegar com uma história diferente para apresentar ao chefe… o John é meu há mais de um ano quando fiquei com ele pra mim! O antigo dono foi para o Rio e deixou ele por aí… ele chamava o cachorrinho de Leão, mas eu prefiro John… ele tem cara de John, explicou Junior que ainda disse que seu animal é dócil e o segue por todos os lugares. No dia em que o rapaz tirou a foto dele eu estava trabalhando nas covas e ele ao meu lado como sempre… e aí depois veio essa maluquice toda”, explicou Rodolfo Júnior.

O Caramelo citado em diversas reportagens, de fato, era cuidado por uma família que morreu em decorrência dos deslizamentos. No entanto, jamais entrou no cemitério, que fica a quilômetros do bairro de Caleme, quando foi encontrado perambulando sozinho.

A notícia foi replicada por diversos veículos de comunicação, inclusive a ANDA, e, conforme a história de Caramelo se tornava popular, um novo capítulo era acrescentado.

Entre os absurdos do cão que velou durante dois dias a morte de sua tutora, um se destaca: o de que Caramelo teria, inclusive, auxiliado as equipes de resgate a encontrarem não apenas o corpo de sua tutora, mas de outras três pessoas de sua família.

O desencontro de informações irritou o administrador do cemitério, Márcio de Souza, que chegou a comentar o fato em um dos portais que publicou a história sobre Caramelo.

“É lamentável que tal fato seja utilizado para causar comoção aos leitores! Fui contatado horas antes da notícia ser levada ao ar por um repórter e fui claro ao dizer que o cão da foto ao lado do túmulo é de um de nossos voluntários que no momento faziam sepultamentos naquele local, logo não tem nada a ver com o cão adotado”, finalizou.

Fonte: Portal Imprensa

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