Por David Arioch
Na semana passada, pescadores noruegueses do vilarejo de Inga encontraram uma baleia-beluga usando um estranho arnês. “Nós íamos lançar a rede quando vimos uma baleia nadando entre os barcos”, disse Joar Hesten à emissora norueguesa NRK.
Segundo Hersten, na parte interna do arnês, que foi removido da baleia, estava escrito “Equipamento de São Petersburgo”. A situação trouxe suspeitas de que o animal pudesse ter sido treinado pela marinha russa para transportar câmeras ou até mesmo algum tipo de arma, embora sejam apenas hipóteses.
O pescador declarou que a baleia era muito mansa e parecia acostumada a interagir com seres humanos. “Se essa baleia vem da Rússia, e há grandes razões para acreditar nisso, então não são cientistas russos, mas sim a Marinha que fez isso”, concluiu Martin Biuw, do Instituto de Pesquisa Marinha da Noruega.
Já o professor do departamento de biologia ártica e marinha da Universidade do Ártico da Noruega (UiT), Audun Rikardsen, disse que a Rússia manteve baleias por cativeiro durante um período e que aparentemente algumas foram libertadas.
Rikardsen conversou com alguns pesquisadores russos que ele conhece, mas estes disseram que a baleia não tem nada a ver com eles, mas talvez com a marinha russa em Murmansk.
O professor cita que na década de 1980 a União Soviética usou alguns golfinhos em treinamento limitar, como “instrumento de detecção de armas”, mas o programa foi encerrado nos anos 1990.
Porém um relatório de 2017 da TV Zvezda, uma estação de propriedade do Ministério da Defesa, revelou que a Marinha russa estava treinando belugas, focas e golfinhos nariz-de-garrafa para fins militares em águas polares. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa em Biologia Marinha de Murmansk, no norte da Rússia.
O objetivo era ver se as belugas poderiam ser usadas para “proteger entradas de bases navais” em regiões árticas e também a “auxiliar mergulhadores em águas profundas”. Há denúncias também de que golfinhos e focas foram treinados para transportar ferramentas para mergulhadores e detectar torpedos, minas e outras munições a uma profundidade de até 120 metros.