Para muitas mulheres, cão ou gato é como filho. Tem muita gente que acha a comparação absurda, mas tantas outras pessoas apoiam amor que também chega a ser incondicional. Por isso, no Dia das Mães, elas também comemoram ao lado deles.
Ivone e Yara são exemplos de mulheres que se consideram mães e garantem que escolher os animais como filhos é descobrir um sentimento de amor diferente.
Aos 53 anos, a funcionária pública Ivone Carvalho cuida de 13 cachorros. Ela não teve filhos e durante a juventude tão pouco pensava em animais. Mas há 4 anos, quando o primeiro cachorro abandonado apareceu em frente à casa dela, Ivone adotou na hora e de lá pra cá não parou de surgir filhote.
“Eu ia às feiras de adoção e sempre adotava mais um. Pegava o mais doente para tratar ou aquele sem raça definida que as pessoas diziam que eram feios”, conta. Hoje, ela se considera mãe coruja e com todos os cuidados que uma família convencional preza. “Dedico-me muito a eles, no fundo toda a família se sacrifica. Eu não consigo viajar e deixar eles sozinhos, por exemplo”, conta.
Ela ouve críticas, mas jura não se importar com a cobrança sobre o excesso de cuidados com o9 cães. “Todos eles são muito dóceis porque recebem muito amor. Pois a base de toda família é o amor. Eu converso com eles e sei que me entendem, sentem quando eu estou triste e ficam felizes quando eu chego a casa. Por isso me considero mãe sim”, explica.
Ivone diz que até reduziu as compras em shoppings para gastar mesmo é com mimos para os filhotes. “Compro roupinhas, bichinhos, coleiras e dou o melhor que eles precisam. Tanto em cuidados, alimentação e, claro, muito amor”, conta.
O investimento é tanto que chega a gastar mais R$ 2 mil por mês para alimentar e manter a higiene dos 13 cães na casa grande, pensada também para que todos tivessem espaço. “Muitas pessoas falam que é exagero, mas enquanto eu puder, eu vou dar o melhor para eles, porque a saúde deles é realmente importante pra mim”, esclarece.
Para ela, ser mãe de cachorro foi um presente na vida e um aprendizado sobre amar incondicionalmente. “Com eles jamais fico zangada, porque o meu amor fala mais alto. Com eles aprendi a ser mais tolerante até com as pessoas. Coisa que eu deveria ter aprendido com as palavras de Deus, mas tenho certeza que foi Deus que colocou eles na minha vida. E sempre penso que é melhor eles estarem aqui comigo, do que estarem na rua desamparados”.
Para a jornalista Yara Dosso, de 31 anos, as opiniões contrárias ao tratamento de cães como filhos se tornaram irrelevantes diante do amor que sente pelos 6 filhos de patas. “Críticas sempre tem e vem de todos os lados. Mas eu não ligo e tento uma adaptação com a minha família e as pessoas que visitam a minha casa. Eles são integrantes da casa, são a nossa família. Não são meros animais como pejorativamente algumas pessoas definem”.
Todos adotados, cada um tem suas peculiaridades que Yara e o marido conhecem como mais ninguém. Dentro de casa, todos têm acesso livre, só não dormem na cama, porque cada um tem o seu cantinho e uma área reservada. “A gente busca colocar alguns limites para eles não sofrerem, porque, como são muitos cachorros, se colocar todos na cama, depois a gente não poder subir”.
Yara ainda não tem filhos, mas acredita que todas as mães, assim como ela, merecem comemorar o dia, pela luta e o carinho com os animais.”Esse trabalho que a gente tem de adotar um animal é algo muito sério, porque estamos lidando com vidas. Eu digo que eles são umas das criações perfeitas, porque eles conseguem transmitir para gente um sentimento que às vezes o próprio ser humano não consegue”, avalia.
Dentro de casa, além do carinho e atenção, Yara educa, brinca e mima todos os filhotes. Alguns já tem cinco anos, outros foram recentemente adotados, após serem abandonados. Até a alimentação é diferente, não é feita só na base da ração.. Também há o acompanhamento veterinário para todos e o banho é dado em casa, para evitar o estresse da turminha.
Na hora do lanche, é encantador ver o carinho de Yara e o respeito de cada um, aguardando um pedacinho de fruta dado pela mãe.
E se a vida em família é uma troca, na casa de Yara, todo mundo aprende. “Eu digo que a partir dessa dedicação aos animais, que começou em 2014, eu me tornei uma pessoa muito melhor, mais sensível e que consegue olhar as necessidades em geral. Me ajudou a evoluir como ser humano. Acredito que nessa vida todos devem passar para fazer algo de bom e é isso que eu tento fazer com os meu filhos.”
Fonte: Campo Grande News