Pesquisadores lutam para preservar uma das aves mais ameaçadas do país, o periquito-da-cara-suja. Com o uso de ninhos artificiais, eles ajudam os pássaros na hora da reprodução. Na mata há seis anos, pesquisadores acompanham a rotina do que seria a última população dessa espécie de periquitos encontrada na natureza. “Hoje, a estimativa oficial é de 250 animais na natureza, todos no Maciço de Baturité. É possível que exista mais em cativeiro do que solto na natureza”, disse o biólogo Alberto Campos.
Os periquitos também têm dificuldade para se reproduzir por causa do desmatamento. Como faltam árvores antigas para abrigar ninhos, foi preciso dar uma forcinha. Os pesquisadores criaram casas de madeira para servir de abrigo. A expectativa era de que o resultado só viesse em três anos. Mas, na primeira estação reprodutiva, houve a surpresa. Nasceu uma ninhada.
Quando decidiram instalar os ninhos artificiais, os pesquisadores sabiam que correriam riscos. As caixas de madeiras espalhadas pelo meio do mato poderiam chamar ainda mais a atenção dos traficantes de animais. A solução para que isso não acontecesse foi fazer uma parceria com a comunidade. Alguns moradores viraram guardiões das aves.
O microempresário Danilo Mendonça foi um dos voluntários. Ele vigia os ninhos todo dia. “Estou ajudando a preservar e torcendo para que outras gerações venham a ver o que vejo aqui”, comentou.
Atualmente, há 60 ninhos artificiais espalhados na região. Os pesquisadores acreditam que, no próximo período de reprodução, os periquitos estarão mais adaptados aos novos ninhos.
Fonte: G1